Confesso que a primeira vez que vi o filme não fazia ideia quem era Woody Allen e tão pouco o conteúdo do filme, já que estava procurando um filme apenas para passar o tempo em um sábado de tarde chuvoso.
Logo no começo do filme na introdução já fiquei fascinado com a musica inicial de jazz com imagens da cidade na chuva e em situações do dia a dia, isso já me fez entender inicialmente o que era Paris nem que seja apenas uma ilusão de alguém quem nunca conheceu a França.
O personagem principal Gil me cativou desde o inicio, talvez por identificação e eu também ser um pouco atrapalhado, ter o sonho de ser escritor e ser iludido com a vida e sempre me imaginar morando em outros locais que não a minha cidade que resido. A interpretação no filme todo do Owen Wilson é um show a parte, ele é tão natural do filme que nem lembramos que é uma atuação, conseguimos imaginar nós mesmo ou um amigo próximo vivendo tais situações da vida. A vida com a noiva dele na minha visão reflete muitos relacionamentos onde as pessoas não conseguem enxergar que não existe amor, mas ficam juntos por mera conveniência e medo de se arriscarem na vida, acho muito divertido a passagem no filme onde perguntam para ele se ele e a noiva dele tem algo em comum e ele não consegue pensar em nada apenas dizer que gostam de comida indiana, cômico e trágico ao mesmo tempo bem estilo Woody Allen . Confesso que discordo dessa opinião que os opostos se atraem pode até ser verdade mais tem uma informação adicional que poucos informam, eles se atraem e se repelem rapidamente. Acho que todos ja viveram ou irão viver relacionamento com pessoas completamente opostas e acharam muito legal, porém como diz no filme as coisas importantes em nossas vidas não podem ser totalmente oposta, pois como iremos apoiar um ao outro? Ficaremos sempre presos a imposição da outra pessoa e nunca poderemos ser livre para ser verdadeiramente quem somos.
A parte surrealista do filme é incrível como disse esse é o filme da minha vida, ou seja já vi ele diversas vezes com certeza muito mais que dez vezes, então por gostar muito do filme fui atrás para conhecer alguns personagens que para mim até então era desconhecido como por exemplo Ernest Hernigway, mas mesmo na primeira vez onde só conhecia o Picasso e o Salvador Dali já consegui entender o conceito do filme que era retratar personagens importantes da historia daquela época, quando revejo o filme e conheço algum personagem é divertido, mas confesso que nunca achei importante conhecer todos esses personagens, pois o filme consegue retratar muito bem o que eles seriam e acho que nem é o foco do filme.
O encantamento do Gil pelo tempos antigos me faz lembrar como muitas vezes estamos presos no presente mas vivemos do passado ou no campo das fantasias, o relacionamento dele com a personagem Adriana é muito divertido mostrando que mesmo uma pessoa do passado poderia se relacionar com alguém que vive a frente no seu tempo se os dois se sentirem interessados pelos mesmos interesses.
Quando ele descobre que sua atual noiva esta traindo por conta da critica da mestre que lia seu livro é incrível ele dizer que isso era apenas negação, quantas vezes cada um de nos ligamos o modo negação para tentar suportar um pouco mais a nossa vida?
Agora é o momento spoiler se nunca viu o filme não leia isso, pois irei falar do final onde eles voltam para o passado do passado com a Adriana, e ela decide permanecer ali por achar que essa era verdadeira a época de ouro e não a que ela vivia mesmo com gênios como Picasso e Salvador Dali e ali ele entende que sempre queremos estar em um outro tempo não importa a época em que vivemos e que muitas vezes podemos estar vivendo a "era de ouro" e não sabemos por estarmos preso ao passado. Finalmente no final do filme quando ele volta para o seu tempo entendendo isso a vida o presenteia com o fim do seu noivado e um recomeço com uma outra pessoa.
Bem desculpe era apenas para fazer uma breve resenha desse filme e acabei me estendendo , confesso que tenho muito mais a falar sobre esse filme, mas não irei me estender pelo menos nesse post só gostaria de finalizar dizendo que apesar de dar vários argumentos racionais não consigo dizer ao certo o motivo dele ser o filme da minha vida, apenas sei que sinto isso e não me canso ver e rever o filme para você ter ideia já vi ele em todas as línguas possíveis, fiquei fã do diretor Woody Allen, comecei a gostar de Jazz e comecei a valorizar mais o presente e abolir a nostalgia em minha vida, não que não admire o passado mas não quero viver falando que no passado era melhor já que o passado se encerrou e o que temos pela frente é o presente e nada mais.