David Fincher é um diretor cultuado por muitos e que tem uma filmografia com filmes premiados e de respeito, como O Curioso Caso de Benjamin Button, (os supervalorizados) A Rede Social e Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres e os supercults Clube da Luta e Seven – Os Sete Crimes Capitais. Porém, Fincher me parece um diretor irregular, não gosto muito de alguns dos seus filmes, mas ainda assim é inegável que o cara é talentoso. E aqui, o cineasta traz o que sem dúvida é um de seus melhores filmes. A trama narra um caso misterioso, onde Nick (Ben Affleck) está comemorando seu quinto ano de casamento com Amy (Rosamund Pike, no que me parece a melhor atuação de sua carreira, apesar de não ter visto muitos filmes com ela). O que acontece é que Amy desaparece, e tudo leva a crer que ela fora assassinada, e todas as evidências apontam para que seu marido seja o assassino. Não vou contar mais nada da história, pois o bacana do filme é seu desenrolar enigmático, entrecortado, que só revela as informações aos poucos, de maneira milimetricamente calculada, levando o espectador a se perguntar a todo instante o que realmente aconteceu, até que tudo se revela muitos minutos antes do final e ainda assim ficamos petrificados e atentos a qual será o próximo passo. O filme é baseado no livro de Gillian Flynn, que também roteirizou o filme, e é um digníssimo exercício de suspense, mesclado com drama e tensão, com pitadas de bom humor, e ainda com espaço para levantar reflexões sobre o comportamento das pessoas, o julgamento pelas aparências muitas vezes duvidosa, onde a linha de divisão entre heroi e vilão é muito tênue. Simplesmente um filmaço, que mesmo ao longo de quase duas horas e meia, não cansa e só intriga positivamente. Mesmo o Ben Affleck está muito bem em seu papel dúbio e complexo, assim como todo o elenco está excelente, embora quem rouba mesmo a cena é a Rosamund Pike. Enfim, altamente recomendado!