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DUDU SILVA
59 seguidores
292 críticas
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4,0
Enviada em 12 de novembro de 2024
Com cenas de tensão e atuações brilhantes de fernanda torres e selton melo. Ainda estou aqui mostra perfeitamente o rio de janeiro nos anos 70 e como foi dificil a epoca da ditadura
O filme é uma obra marcante que explora a tristeza e a importância de lembrar um dos períodos mais sombrios de nossa história. Embora muitas obras tratem da Ditadura no Brasil, ainda parece que, como sociedade, "insistimos" em não dar a devida prioridade ou relevância ao tema. Lembro-me do impacto que senti ao visitar o "Museu da Memória e dos Direitos Humanos" em Santiago, no Chile: a forma como o povo chileno se envolve, o número de crianças visitando o espaço e o vasto acervo de material exposto. Isso me levou a questionar por que o tema não recebe o mesmo tratamento em nosso país, mesmo reconhecendo o valioso trabalho realizado pelo Museu da Resistência em São Paulo.
É um filme em duas grandes partes: uma dualidade entre períodos que, infelizmente, não se equilibram. Apesar do merecido e incontestável elogio ao trabalho de Fernanda, destaca-se também a construção feita por Selton de seu personagem, essencial para o desenvolvimento da narrativa, mesmo com tempo menor em cena. No comparativo da obra, achei que os personagens que representam os filhos (tanto na fase infantil quanto na adulta) ficaram um pouco aquém no trabalho de interpretação. Embora isso não comprometa significativamente a narrativa, parece que faltou um pouco mais de profundidade e seleção.
As transições e edições revelam uma narrativa bastante coesa e dinâmica, sem contar o ótimo trabalho de produção de época; inclusive na fotografia do filme, aquele grão todo e o uso de imagens de uma câmera Super8 intercalando as cenas. Chama atenção também a trilha - procure nos streamings e irá encontrar algumas playlists já prontas, é uma ótima curadoria de música do período (que massa foi ouvir "Jimmy, Renda-se", que música boa!).
Filmão que todo brasileiro deveria assistir: para nunca esquecer e, como cantou Gal, estar sempre atento e forte. Assista!
Ainda Estou Aqui é um filme que acerta em cheio na ambientação e nas atuações, levando o espectador de volta ao Rio de Janeiro dos anos 70, período de repressão e incertezas. A cenografia é impecável, trazendo um retrato autêntico da época, desde os detalhes dos cenários até o figurino, criando uma atmosfera imersiva e nostálgica.
Fernanda Torres e o elenco trazem uma interpretação intensa e sensível, que evoca empatia e respeito pela história de Eunice Paiva. A representação dos sentimentos de perda e desespero que Eunice vive após o desaparecimento de Rubens é comovente e bem construída, assim como a escolha de "proteger" os filhos da dor e da verdade, o que traz à tona discussões profundas sobre o impacto do silêncio e do luto reprimido na família.
Contudo, o filme deixa a desejar ao tratar os acontecimentos históricos de forma um tanto simplista, sem aprofundar nas complexidades da ditadura e das vidas de quem orbitava em torno de Rubens. Eunice decide esconder a verdade dos filhos, mas o filme poderia ter explorado mais as consequências dessa escolha, mostrando como eles também foram privados do direito ao luto e à busca pela verdade.
Além disso, senti falta de cenas mais impactantes, que nos fizessem refletir intensamente sobre o peso e o horror do contexto político e humano que os personagens viviam. Faltaram também desfechos mais claros para personagens secundários, como os amigos de Rubens e a empregada da casa, cujas histórias ficam em aberto e poderiam ter contribuído para uma visão mais completa da situação.
Ainda Estou Aqui é, sem dúvidas, uma obra poderosa que valoriza a memória e a emoção. No entanto, com um pouco mais de profundidade histórica e cenas mais duras, ele poderia ter se tornado uma reflexão ainda mais marcante sobre a ditadura e os fantasmas do passado.
Cinema lotado e em completo silêncio. Chorei e ouvi vários outros choros... Estou completamente sem palavras. Por favor, vão ao cinema e vivam essa experiência!
1 Milhão em bilheteria no primeiro dia de exibição. Que revoltante viver em um país que constantemente demonstra ser capaz de transformar tudo em sucesso, mas sempre escolhe hitar em cima de tudo que não presta. Precisou de validação dos 7 cantos do mundo pra atingir essa marca incrível de box office... só destaca nosso complexo de vira lata. Resta torcer pra ver o brasileiro médio entendendo que nosso cinema é inacreditável, e com o apoio do público nacional e consequentemente bilheterias expressivas, o céu é o limite. 11/11/2024
Um filme tenso, que descreve como foi a época da ditadura. Ninguém realmente sabia o que acontecia com as próprias pessoas que moravam na casa. Me emocionei quando percebi que também contava a história do escritor que eu era fã na minha adolescência, Marcelo Rubens Paiva. Não tinh lido a sinopse e nem visto críticas.
Antes de mais nada, um filme necessário. Um filme que não foi feito para apontar o dedo, mas para mostrar as feridas. Triste e poético. Forte e comovente. Do ponto de vista do cinema, uma obra-prima. Espetacular. Do ponto de vista social, um alerta sobre o que é / foi viver sob uma ditadura. Eleco maravilhoso, direção maravilhosa e atuações magnificas. Nos primeiros 30 minutos, o foco está em Rubens (Selton Melo) e mostra o sol, o dia e as cores. A família feliz. Depois, a trama gira em torno de Eunice (Fernanda Torres) e mostra o cinza, a noite, as sombras e uma família de sobreviventes. "Sorriam". Por fim, Eunice idosa (Fernanda Montenegro), a matriarca, nos brinda com a sua genialidade triunfal sem dizer uma palavra. Parabéns a todos os envolvidos. Tortura e fascismo nunca mais.
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