Depois de ter sido oficialmente considerado um foragido da justiça norte-americana devido às acusações de assédio sexual com uma menor de idade, o cineasta Roman Polanski não pode sair da França, o que o impediu até mesmo de ir na estreia de seu novo filme, O Oficial e o Espião. No entanto, todos aguardavam sua presença no César Awards, premiação francesa na qual o longa está competindo.
Porém, em declaração feita para a Variety, o cineasta explicou que mesmo que sua obra esteja concorrendo em 12 categorias, ele não estará presente: "Há vários dias, me perguntam: você vai ou não para a cerimônia do César? E eu respondo então com a seguinte pergunta: como eu poderia?". De acordo com Roman, ele "já sabe como a noite vai ser".
Em frente à sala Pleyel, em Paris, onde o evento será realizado, há um protesto agendado por um grupo de ativismo feminista, que pretende levar cartazes e realizar uma grande manifestação para que Polanski seja detido. Contando também com a presença de atrizes e outras profissionais da indústria, a principal pauta do movimento é a falta de atitudes mais objetivas, mesmo diante de tantas denúncias diferentes contra o diretor.
"As ativistas me ameaçam de um linchamento público. Algumas anunciam protestos, outras querem fazer de seu combate um palanque. Tudo isso promete mais ser um simpósio do que uma festa do cinema que deve recompensar seus maiores talentos", terminou justificando Polanski.
O Oficial e o Espião conta a história da vida de Alfred Dreyfus, judeu preso em 1895 que foi posteriormente condenado à morte sob acusações falsas feitas pelos militares. O roteiro é assinado Robert Harris (O Escritor Fantasma), baseado na famosa carta ao Presidente da República do autor Émile Zola.