Este filme é brilhante em vários aspectos. Isto porque, percebemos que cada detalhe dele foi muito bem pensado e cuidado.
Em relação à direção de arte e figurino, percebemos que as cores utilizadas são bastante expressivas. A dramaticidade não nos deixa depressivos, em razão da utilização tons de amarelos e cores quentes, principalmente nas cenas que se passam em Nova York. Em São Francisco, o amarelo levemente pálido cria um contraste com o sentimento de tristeza de Jasmine em estar naquela situação, mas os toques de azul claro e branco equilibram perfeitamente ao sentimento de esperança de uma vida melhor nas novas “condições” em que a personagem se encontra. Ainda, nas cenas de paixão e ciúme percebemos a presença de tons de vermelho.
O roteiro é brilhante: simples e ao mesmo tempo complexo. É dramático, mas a desgraça se torna até cômica. A personagem Jasmine carrega tristeza e melancolia e, mesmo assim, Woody Allan consegue tirar risos do espectador. Em toda a narrativa percebemos as várias faces da personalidade da protagonista, mostrando o quão humana e complicada ela é. Diálogos muito inteligentes e até filosóficos durante todo o filme.
Os flashbacks do começo ao fim foram muito bem feitos e a montagem foi muito bem executada, porém, teve um final já previsível.
Em relação à direção e a direção de fotografia, não poderiam ser melhor. Planos longos, abertos e fechados, travelings, panorâmicas, ou seja, vários recursos maravilhosamente utilizados que compõem a narrativa e, principalmente, representam o contraste dos diferentes sentimentos que a protagonista vivencia.
Cate Blanchett é a atriz mais notável desta obra, consegue perfeitamente retratar a complexidade da personagem e as variações (e bipolaridade) de comportamento entre a lucidez e a loucura, os quais fazem despertar sentimentos de amor e ódio do espectador. Baldwin também traz muitos momentos cômicos de forma excepcional e o resto do elenco são tão competentes quanto, fazendo um trabalho de qualidade.