Vingadores: Era de Ultron tinha tudo para ser melhor e mais vistoso que o primeiro filme, le é mais grandioso, mais ousado, mas não bate o primeiro, o filme não é ruim, mas tem uma narrativa acelerada.
Se no primeiro filme tudo correu maravilhosamente bem, sem furos, sem erros, com as cenas seguindo num ritmo calmo e bem explicado... Era de Ultron já não fez o mesmo.
O filme começa muito bem com uma cena de ação, o ataque dos Vingadores á base do Barão von Strucker, você já perceber que a equipe está bem entrosada, vemos uma ligação entre Natasha e Banner e uma atenção maior á Clint "Gavião" Barton. Já somos apresentados á Wanda e Pietro Maximoff (Elizabeth Olsen e Aaron Taylor Johnson, os protagonistas de Godzilla-2015) aqui não tratados como mutantes por questões de produtoras (FOX vs Marvel), são chamados de 'Aprimorados', e de fato foram, devido ao uso do Cetro de Loki.
Temos uma ótima cena de confraternização entre os Vingadores e seus amigos pessoais na Torre Stark e lá é que nasce Ultron e então é construído todo o terror que Ultron representa não só aos Vingadores como ao Mundo. É aqui que o filme perde a mão e desce ladeira abaixo sem freio.
Em primeiro lugar, Ultron representa uma ameaça mais aos Vingadores do que ao Mundo, pois este fato não é refletido no filme. Depois, a história para de seguir num ritmo norma, para seguir num ritmo apressado, muitas cenas coladas umas nas outras, com a equipe indo de um ponto do planeta ao outro de uma maneira muito apressada e sem nos mostrar como o Mundo está reagindo á essa ameaça. Se o Mundo é pedir demais, pelo menos que nos mostrassem como o Governo do Estados Unidos ou da ONU estavam preocupados com isso, em compensação, sequer eles são citados. Metade do filme é tão corriqueiro em seus eventos, que nos fazem lembrar de 'O Cavaleiro das Trevas Ressurge', que sofre do mesmo mal.
Porém, o fim do filme volta ao ritmo normal e ficamos focados apenas na batalha por Sokovia, país fictício criado para o filme, o que na minha mais modesta opinião foi um erro, podia muito bem escolher uma cidadezinha no leste europeu em países como Lithuania ou Albânia que ficaria muito mais realístico.
A batalha final não é tão impactante e emocionante como foi a batalha por Nova York no primeiro filme, mas nos prende a atenção... aqui Whedon perdeu a chance de eternizar o filme com uma famosa fala de Thor dirigida á Ultron.
Nas HQ's, em evento similar publicada na década de 2000, Thor e os Vingadores invadem um local na Europa onde Ultron está destruindo a cidade, e ao encontrar o vilão Thor em toda sua onipotência solta: "Ultron, Viemos ter uma palavra contigo". Algo grandioso e reverenciado pelos fãs, que poderia ser transposto pro filme, uma vez que uma fala quase similar também foi transposta para o desenho da TV que retrata o mesmo evento. Porém, Whedon usou da saída cômica e assim perdeu o impacto dramático e heróico da cena. Uma pena!
Dos atores em destaque temos a ótima Elizabeth Olsen como Wanda Maximoff, muito consistente em sua interpretação da bruxa poderosa.
Aaron Taylor Johnson foi mais coadjuvante e não acrescentou muito á trama e ao personagem, sendo uma decepção o Mercúrio do Marvel Studios (leiam o porque do ator demorar 1 ano para aceitar o papel de Pietro e você descobrirá porque ele teve aquele destino ao final do filme).
James Spader esteve ótimo dublando Ultron, um show de interpretação, Wheon não conseguiu dar toda a onipotência maléfica para Ultron, sendo um vilão raso e decepcionante em sua reta final, mas o trabalho de Spader é inquestionavelmente bem feito. Nota 10 pra ele.
Todos os atores que fizeram os Vingadores já estão em casa né, sabem fazer o papel de olhos fechados.
Ainda assim, gosto muito do filme, apesar de ser muito colado. Com todos os problemas com a Marvel Studios, leia-se Kevin Feige, Whedon nos entregou um filme competente dentro das circunstâncias... vide a cena em que Thor vai ao poço de Lázaro, levado pelo Dr. Selvig (Stellan Skasgaard), puramente imposta por Feige e que Whedon foi obrigado a filmar, depois das principais gravações.