George Miller surpreendeu todo o mundo em 2015 quando lançou um clássico instântaneo do cinema de ação e aventura: Mad Max: Estrada da Fúria. Sequência/reboot da trilogia original estrelada por Mel Gibson, o quarto filme da franquia trouxe Tom Hardy no papel principal, uma Charlize Theron inigualável como a fenomenal Imperatriz Furiosa e cenas de ação insanamente belas para conquistar um lugar cativo na história da sétima arte. Mas apesar de toda a aclamação e o sucesso de Estrada da Fúria, a recém-renascida saga pode não retornar às telonas por causa de um processo judicial envolvendo Miller e a Warner Bros., distribuidora da obra (via Indiewire).
De acordo com a ação movida por Miller em um tribunal da Austrália no último mês de novembro, o estúdio teria agido de má fé e de "maneira insultante" ao não pagar o bônus acordado contratualmente caso o cineasta e sua companhia de produção, a Kennedy Miller Mitchell, entregassem Estrada da Fúria abaixo do orçamento estipulado. Segundo o realizador, Mad Max 4 custou US$ 154,6 milhões - o teto seria de US$ 157 milhões. A Warner, portanto, deveria pagar US$ 9 milhões em bonificações para a Kennedy Miller Mitchell por causa do êxito de produção; no entanto, a companhia hollywoodiana, que não pagou nenhuma verba de gratificação, mantém seu posicionamento de que Miller finalizou sua obra-prima por uma cifra muito maior da que havia sido firmada no contrato: US$ 185,1 milhões.
A produtora, por sua vez, contra-atacou. Combatendo o processo iniciado por Miller, a Warner moveu uma ação que clama que o diretor e sua companhia quebraram o contrato ao não cumprir o acordo de lançar Estrada da Fúria como um longa de até 1h40 de duração e proibido apenas para menores de 14 anos. O que aconteceu na realidade foi que Estrada da Fúria chegou às telonas com 2h de duração e uma classificação indicativa restritiva para maiores de 18 anos. Por outro lado, a Kennedy Miller Mitchell afirma que a Warner atrapalhou as filmagens, tentando obrigar o realizador a não filmar certas sequências e a refazer parte do que já havia sido gravado - o orçamento das refilmagens de US$ 31 milhões, aliás, também é um objeto direto de disputa, uma vez que a produtora de Miller declarando que a Warner concordou em não incluir os custos no orçamento geral e o estúdio afirmando o contrário.
Assim, caso a disputa nos tribunais - que pode ser arrastar indefinidamente - não for resolvida, a franquia Mad Max corre o risco de não voltar a ver a luz do dia, mesmo contando com os fatos de que Estrada da Fúria levou 6 Oscar de 10 para casa e mais de US$ 378 milhões para os cofres da Warner. Portanto, além de ser uma perda inestimável de um ponto de vista artístico, uma vez que os roteiros de Mad Max 5 e Mad Max 6 já estão prontos, prevendo a volta de Hardy e Theron, não dar prosseguimento à franquia de Miller também seria um tiro no próprio pé dado pela Warner em termos financeiros. Resta aguardar para descobrir o desenrolar da novela - e torcer, é claro, para um desfecho positivo.