Os últimos anos nos proporcionaram um interessante ressurgimento do whodunnit, filmes de investigação com um detetive mais ou menos carismático, um elenco bem carregado e um assassino não identificado que é divertido descobrir. Desde adaptações diretas de Kenneth Branagh a um dos clássicos imprescindíveis, passando pela bem-sucedida saga de Rian Johnson, ou até mesmo o ressurgimento de Pânico, que sempre teve um componente de suspense importante.
Em maior ou menor medida, todos bebem da inconfundível magia de Agatha Christie para criar grandes mistérios em torno do crime e de um grupo de personagens com intenções bastante ocultas. O processo de passar por todos eles e ir extraindo pistas acaba sendo mais divertido do que pensar na grande revelação final. Assim, adaptações como Assassinato no Expresso Oriente conseguem ter uma qualidade de entretenimento imperecível.
Sangue sobre os trilhos
O filme que adaptou pela primeira vez o imprescindível romance de Christie completa agora 50 anos de seu lançamento nos cinemas, mas continua convincente como no primeiro dia. Sidney Lumet dirige um elenco de tirar o fôlego que inclui Albert Finney como o detetive Poirot e lendas como Lauren Bacall, Ingrid Bergman, Anthony Perkins ou Sean Connery, e você pode assisti-lo no streaming através do serviço Looke, disponível também no Amazon Prime Video.
O belga Hercule Poirot embarca no famoso Expresso Oriente, que atravessa a Europa de Istambul a Calais. Uma avalanche de neve interromperá temporariamente a viagem, mas não será o maior dos inconvenientes. Um assassinato ocorreu a bordo durante a noite, e todos os passageiros são suspeitos de tê-lo cometido.
Com um elenco com qualidades tão notáveis como este, podemos sentar e desfrutar, sem se preocupar realmente com o suspense. E temos um bom mistério em mãos, embora não seja indecifrável, suficientemente acessível para que todos que se empenhem cheguem à solução, se assim o desejarem.
Assassinato no Expresso Oriente: mortes e diversão
Lumet, como o artesão supremo que é, entende que para elevar sua proposta a todos os níveis de entretenimento possível, não precisa complicar demais as coisas. Em vez disso, deve dispor as peças da maneira mais interessante possível, para que cada parada ou conversa pela qual o personagem de Poirot passa seja, no mínimo, capaz de diverti-lo.
Seu bom senso de ritmo faz com que se encaixe bem um espetáculo adulto bastante antiquado, com personagens traçados com pinceladas justas, mas realmente memoráveis graças ao bom trabalho de seu elenco. E, é claro, um Finney esplêndido como o detetive belga por excelência, deixando uma experiência deliciosa que poucos foram capazes de replicar (nem mesmo Branagh).
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