É justo dizer que, na maioria de seus filmes, Brad Pitt sempre interpretou o cara legal. Ou, no mínimo, personagens com uma moralidade aparentemente neutra. Em Se7en - Os Sete Crimes Capitais, Troia, Guerra Mundial Z e Trem-Bala, ele foi claramente escalado como o herói de Hollywood em toda a sua glória.
É claro que há vários filmes em que o ícone do cinema americano interpreta personagens com motivações e características questionáveis. Seu papel como Tyler Durden em Clube da Luta, de David Fincher, vem à mente. Ou Cliff Booth em Era uma Vez em... Hollywood, de Quentin Tarantino. Ou até mesmo filmes que não usam os arquétipos de mocinho ou bandido, como Snatch - Porcos e Diamantes, de Guy Ritchie.
Mas há um filme em particular no qual Brad Pitt foi escalado como vilão - uma ocorrência rara em sua filmografia. E isso aconteceu no início de sua carreira, em 1993, com Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno.
Esse é um suspense dirigido por Dominic Sena, seu primeiro longa-metragem como diretor. Ao lado de Brad Pitt está um belo elenco, incluindo Juliette Lewis, David Duchovny e Michelle Forbes. Duchovny interpreta um jornalista, Brian Kessler, cujo recente artigo sobre assassinos em série lhe rendeu a oferta de um contrato de publicação.
Ele planeja viajar de Louisville, Kentucky, para Los Angeles com sua namorada fotógrafa, Carrie (Michelle Forbes), visitando locais de assassinatos famosos ao longo do caminho para aprofundar sua pesquisa para o livro. E onde Brad Pitt se encaixa em tudo isso? Ele interpreta um psicopata recém-saído da condicional chamado Early Grayce, que acabou de perder o emprego.
Early vê um pequeno anúncio de compartilhamento de carros em um aviso no campus da universidade postado por Brian. É aí que começa uma viagem de quatro pessoas: Early está acompanhado de sua namorada Adele, interpretada por Juliette Lewis.
Dizer que Brad Pitt interpreta um verdadeiro vilão em Kalifornia seria um eufemismo. De fato, Early assassina várias pessoas ao longo do filme. E até nos permitimos dizer que o personagem é simplesmente detestável: sujo e se comporta como um brigão.
Lançado um ano depois de Nada É Para Sempre – um grande sucesso de público e crítica –, o nome de Brad Pitt não atraiu exatamente multidões. Um fracasso de bilheteria, que rendeu 2,4 milhões de dólares contra um orçamento de quase 9 milhões, teve uma recepção mista por parte dos críticos, alguns elogiando sua sensibilidade artística, outros descartando-o como um violento filme de exploração.
Apesar disso, a atuação foi amplamente elogiada, com o crítico Roger Ebert elogiando as performances de Brad Pitt e Juliette Lewis como as melhores que ele já tinha visto, e dando ao filme 4 estrelas. Kalifornia também foi indicado a três prêmios Saturn em 1994, incluindo o de Melhor Filme de Terror. Dominic Sena recebeu dois prêmios no Montreal World Film Festival.
Atualmente, Kalifornia pode ser alugado na Apple TV+.
*Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. Ouça OdeioCinema no Spotify ou em sua plataforma de áudio favorita, participe do nosso Canal no WhatsApp e seja um Adorer de Carteirinha!