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    O Farol
    Média
    3,5
    525 notas
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    97 Críticas do usuário

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    JessicaH.
    JessicaH.

    1 seguidor 56 críticas Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 23 de novembro de 2024
    Filme sem pé nem cabeça que não dá em lugar nenhum.
    Meu Deus...como se monta um roteiro desses?
    Tive que pedir ajuda ao Google pra me mostrar do que se trata esse filme.

    Descobri que há spoiler: uma especulação de que ambos os personagens do filme sejam uma única pessoa, ou seja, um personagem da mitologia grega que foi condenado a ficar preso numa ilha e que teria seu fígado comido pelas aves todos os dias, o qual seria também regenerado todos os dias.


    spoiler: O filme tem uma abordagem psicológica, pois mostra a guerra entre ID e Ego, além das lutas carnais e paixões que o ser humano precisa enfrentar, e que infelizmente, muitos ficam refém de suas próprias paixões carnais sem perspectiva de futuro, pois como vimos no filme, nenhum dos dois conseguiu abandonar o farol.


    As atuações de Dafoe e Pattinson foram fenomenais, mas muito mal aproveitadas nesse roteiro que mais parece um quebra cabeça para estudantes de psicologia do que para o público em geral, já que para entender esse filme é preciso saber de conceitos prévios sobre spoiler: psicologia e mitologia grega, o que ambos os conceitos não ficaram tão expostos no filme, o que gerou uma decepção para quem buscava uma história mais elaborada.


    Classificá-lo como terror e suspense também foi uma furada.
    Nem mesmo o terror foi bom porque se saiu mais como um spoiler: gore meia boca e o suspense deu mais nos nervos do que gerou medo ou expectativa, por ser arrastado demais e com um final incompreensível e ridículo!

    Talvez uma comédia de péssimo gosto lhe cairia melhor no quesito classificação.

    Apesar de gostar de temas envolvendo psicologia, odiei o filme porque não era exatamente o que eu tava esperando ver. Queria uma trama mais elaborada e não acompanhar spoiler: as agonias de um personagem hipócrita que não venceu na vida e ficou refém de si mesmo.

    Quis dar uma chance ao filme, mas me decepcionei.
    Só dou 1 estrela por causa das atuações mas o roteiro merecia um zero.
    Vivian 🌷
    Vivian 🌷

    48 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 16 de novembro de 2024
    O Farol (2019), dirigido por Robert Eggers, é um filme que claramente tenta ser uma obra-prima do cinema autoral, mas tropeça em sua própria pretensão. Embora a fotografia em preto e branco e o formato 4:3 tragam uma atmosfera claustrofóbica e visualmente marcante, o enredo acaba sendo tão hermético que perde o impacto emocional. Parece mais um exercício de estilo do que uma história que realmente conecta com o espectador.

    Além disso, a ausência de uma presença feminina empoderada reforça o caráter limitado do filme. A narrativa, centrada apenas nos dois homens em conflito, carece de camadas que poderiam enriquecer o drama. Eggers parece ter se perdido em sua tentativa de explorar arquétipos masculinos, esquecendo que o feminino, mesmo em uma história de isolamento, poderia trazer equilíbrio e profundidade.

    No fim, O Farol quer ser grandioso, mas acaba sendo sufocado pela própria ambição. É um filme que divide opiniões, mas fica longe de merecer um pedestal.
    Alexandre Miranda
    Alexandre Miranda

    9 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 11 de agosto de 2024
    Com atuações de tirar o fôlego, esse filme é uma obra prima do cinema. Com uma atmosfera real o diretor nos faz entrar no farol e viver uma experiência hostil no psíquico.
    Lisiane Paim
    Lisiane Paim

    11 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 25 de julho de 2024
    Nunca tinha pensado nesse significado do farol como isolamento, reclusão pronfunda e alerta de perigo, para além do simbologia de rumo e direção. O filme é absurdamente desconfortável e nojento, pois é justamente assim que tem que ser para que consiga retratar com precisão as consequências deletérias da solidão.
    Batalha811
    Batalha811

    4 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 29 de maio de 2024
    Caso queira pular para a conclusão final, tem um tópico exclusivamente pra isso.

    Bom, esse é o típico filme onde são encontrados dois extremos de opinião: de quem achou uma completa bosta por ser lento e tedioso, e de quem baba ovo dele por ser conceitual e denso.
    Em uma visão geral, O Farol é realmente um filme lento e muito tedioso, mas que consegue ser suprido pela tensão e sensação de perturbação que ele traz. É o típico filme que é tecnicamente irreparável, mas que em uma questão de gosto pessoal, não é pra todo mundo (assim como O Poderoso Chefão, Pulp Fiction, Parasita, etc.).
    Indo por partes, eu vou separar minhas opiniões em alguns tópicos: Filmografia, Ritmo e Condução, História, e Subjetividade. Lembrando que tudo remete SOMENTE à minha opinião.

    • Filmografia: O filme é esteticamente deslumbrante, sendo filmado em uma proporção completamente diferente do habitual e monocromático. Dado ao contexto histórico do filme, é uma escolha certeira, o clima mórbido e levemente incômodo é construído no primeiro minuto, com planos incomuns, que muita das vezes incomodam (no bom sentido) por não mostrar de fato o que queremos ver. Outro ponto que me pertubou foi o som ambiente do farol, que constantemente quebrava um silêncio agradável, como se algo horrível estivesse por vir, gerando um terror psicológico que prende e deixa a experiência imersiva. Particularmente, eu amo essa estética moribunda e seca, sem qualquer encanto em deixar algo apresentável ou bonito, as coisas são do jeito que são, a beleza está na construção da estética, não apenas no visual. De longe, é um dos filmes mais lindos e exóticos que eu já vi, facilmente memorável e reconhecível.

    • Ritmo e Condução: Como citado anteriormente, o filme é lento, o que de início não deveria ser um problema, já que, com o tempo, o filme se mostra uma espécie de slice of life de um faroleiro e um zelador, que com a angústia da solidão de um local inóspito, são consumidos pela loucura. Entretanto, o filme é tedioso, pode ser facilmente resumido em 10 minutos. O começo é interessante pela apresentação dos personagens e do cenário, principalmente pela estética, existe vários mistérios e incógnitas estabelecidas desde o começo, mas que com o tempo, o ritmo extremamente arrastado faz com que perca o encanto e o brilho. Por outro lado, esse brilho e encanto voltam esporadicamente, fazendo como se o filme fosse um mar, ora calmo e lúcido, ora tempestuoso e confuso.

    • História: De fato, a história é a mesma da sinopse, um faroleiro e um zelador vivendo rotineiramente enquanto se entregam à loucura. O filme se segue tão naturalmente que nem se sabe o que esperar pela frente. Os personagens são ambíguos, e mais uma vez, particularmente eu gosto disso, a dupla protagonista é frágil, errônea, babaca, bem humorada, com seus erros e acertos... Porém, toda via, ela não é cativante, ao mesmo tempo que são tão ricos e densos, parecem vazios. O filme trata como se o público conhecesse os personagens há eras, e "pula" todo o processo que os dois têm de se conhecerem, e consequentemente, ganhar empatia do público. Os dois, que inicialmente são personagens distintos, se tornam quase que a mesma pessoa (inclusive no nome). Provavelmente isso foi proposital, criado como um paralelo de que os personagens estão condenados ao mesmo destino.

    • Subjetividade: De longe, a parte que eu mais detestei desse filme. Um filme pode ter vários sentidos, mas como diz o Gaveta, é essencial que ele tenha um sentido para a história. O Farol é composto por diversos subtextos e nuances simbólicas... Mas no fim, o que isso representa ni filme? Para onde isso leva? Em algumas ocasiões, se torna um filme surreal, onde o tempo e a realidade se misturam de modo que é impossível definir o que está acontecendo. O filme foca tanto em ser subjetivo que deixa de ser objetivo, seus mistérios não são respondidos, nem ao menos com uma pista, lacunas são abertas e não são concluídas, não de uma maneira para fazer o público pensar, pois não tem informação suficiente para formar um pensamento sobre o que poderia ter acontecido. Um ponto positivo para esses subtextos são as mentiras dos personagens, eles mentem, e no fim, a verdade e a mentira são uma coisa só, isso realmente leva o espectador a pensar sobre o que ele está vendo é real. Mas de resto, me parece um filme que tenta ser conceitual demais para pagar de cult, quando poderia diminuir os subtextos e ser mais objetivo, para atingir uma maior parcela de pessoas.

    • Conclusão: Por fim, O Farol é um filme tecnicamente exímio, com atuações extraordinárias, e uma montagem e fotografia exemplares. Entretanto, tenta ser muito subjetivo e cult, perdendo primordialmente o sentido do filme, dando a impressão que falta algo.
    Caso for ver esse filme, tenha a ciência de que ele é lento, arrastado, e cheio de metáforas e subtextos, e por outro lado, é visualmente magnífico e tão real que chega a ser desconfortável (em um bom sentido). Definitivamente não é um filme pra todo mundo, mas é recomendável em um exercício para sair da caixa ou ver algo fora do habitual.
    Thiago Alexsandro
    Thiago Alexsandro

    1 crítica Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 21 de novembro de 2023
    Bomba superestimada. Realismo fantástico, metáforas, preto e branco e formato de exibição não convencional, para esconder a falta de história, chatice e dialogos intermináveis. Uma tortura para o espectador desavisado que apenas gostaria de assistir a um filme razoável. Só posso imaginar que a idolatria de uma parte do público por esse filme seja uma histeria coletiva.
    Lincoln
    Lincoln

    1 crítica Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 8 de julho de 2023
    Mano assistam clássico contemporâneo me apavora críticas negativas filme arrastado?porra tem que tá disposto a proposta do filme pelo amor de deus
    anônimo
    Um visitante
    2,5
    Enviada em 6 de fevereiro de 2023
    Apenas as atuações profundas de Dafoe e Pattinson não conseguiram salvar o que tinha tudo para ser uma grande obra. O desfecho é confuso. O roteiro não se sustenta. A fotografia é um show a parte, mas também não foi capaz de melhorar a nota. Duas estrêlas e meia; regular.
    Deja Cardoso
    Deja Cardoso

    4 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 7 de janeiro de 2023
    Um clássico em todos os sentidos, o cenário nos leva a fobia social da solidão de dois homens cercados pelo mar.
    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.520 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 15 de outubro de 2022
    O Farol (The Lighthouse)

    "O Farol" foi lançado em 2019, dirigido e produzido por Robert Eggers, a partir de um roteiro que ele co-escreveu com seu irmão Max Eggers. O longa-Metragem é uma produção da A24 Films, sendo diretamente influenciado pelo terror cósmico do escritor americano H.P. Lovecraft, autor que chocou o mundo com suas obras literárias nefastas, repletas de criaturas marítimas, espaciais e demoníacas. "O Farol" surgiu pela primeira vez da releitura de Max Eggers do conto inacabado de Edgar Allan Poe com o mesmo nome. Robert Eggers ajudou no desenvolvimento quando Max não conseguiu completar a adaptação de "The Light-House", originando o enredo de um mito do século XIX de um assassinato em um farol galês. "O Farol" se baseia visualmente na fotografia da Nova Inglaterra da década de 1890, no cinema francês com tema marítimo da década de 1930 e na arte simbolista.
    O longa é estrelado por Willem Dafoe e Robert Pattinson como wickies do século XIX (faróis) envolvidos em turbulência psicológica depois de serem abandonados em um remoto posto avançado da Nova Inglaterra por uma tempestade destrutiva.

    Robert Eggers hoje é um dos principais nomes dentro da indústria hollywoodiana, é uma das grandes revelações do cinema de horror nos últimos anos. É considerado como um diretor muito promissor e com bastante potencial, e que já demonstrou todo o seu talento em seus três ótimos filmes. Em seu primeiro longa - "A Bruxa" - ele impactou à todos com uma obra imersa no terror psicológico, uma fábula imaginária, mística, sombria, que desafiava a sanidade de todos. Já este ano ele nos trouxe o seu terceiro filme - "O Homem do Norte" - um longa que desafiou Eggers a sair da sua zona de conforto (o suspense e o terror) e trilhar os caminhos de um épico viking.

    "O Farol" é um filme diferente de tudo que eu já assisti. Uma obra que desafiou a categorização nas mídias digitais, muito pela sua variação entre um filme de terror, um thriller psicológico, um filme de sobrevivência e um estudo de personagem. Na verdade estamos diante de uma obra que nos traz um estudo aprofundado sobre psicologia, psicanálise, nos confrontando com as mais variadas camadas do ser humano. O longa está imerso no drama, na fantasia, no suspense, no terror, sempre buscando o imaginário, o mistério, o místico, o lúdico, nos entregando uma obra que fala diretamente sobre o isolamento, sobre a descaracterização do ser humano, sobre a destrutividade da solidão. "O Farol" também traz uma abordagem sobre a solidão em seu aspecto mais destrutivo, pois estar sozinho na história representa o distanciamento de si mesmo, e portanto, a ascensão de um estado psicótico e puramente instintivo - exatamente como observamos nos personagens com o passar do tempo.

    O longa de Robert Eggers faz uma verdadeira homenagem ao cinema antigo, das décadas de 40 e 50, principalmente por ser em uma película em preto e branco e ter sido filmado com uma proporção quase quadrada com um formato 1.19:1. Ou seja, técnicas fora do comum e que hoje em dia estão praticamente extintas. A filmagem em preto e branco funciona como uma obra estilizada, arcaica, que faz uma referência ao terror de contos antigos sobre embarcações, marinheiros, criaturas marítimas, além de nos explicitar sobre a perda de sanidade em locais isolados e inóspitos como uma ilha deserta ou até mesmo um farol. Já esse formato mais próximo de um quadrado (como as antigas TV’s de tubo) nos imerge diretamente ao enclausuramento, ao isolamento, a sensação de claustrofobia, que acredito ter sido uma clara decisão do Eggers. Também podemos considerar que este formato de filmagem pode agregar ainda mais na situação desconfortável, limitada, sufocante, na exigência da aproximação dos personagens com a câmera para nos evidenciar sobre suas histórias - decisão incrível e completamente acertada do diretor.

    Sobre a filmagem em preto e branco e um formato de tela um tanto quando inusitado e ousado, eu posso afirmar que Robert Eggers faz um trabalho de direção incrível e impecável. Eggers consegue tirar o melhor de cada personagem com seus takes em locais apertados, sufocantes, onde sua câmera sempre buscava o foco no rosto de cada um. A fotografia por sua vez é magnífica, delicada, ao mesmo tempo é tensa, pesada, incômoda, principalmente por se tratar de uma fotografia em preto e branco, onde realça ainda mais a qualidade de cada cena. A trilha sonora é sufocante, inquietante, horripilante, onde tínhamos aquela sirene estridente do farol, que nos sufocava e nos incomodava ainda mais. O longa tem uma bela direção de arte, pois tudo que estava em cena condizia perfeitamente para a montagem e a estruturação dos cenários. Além de contar com uma bela montagem e uma ótima edição, onde tínhamos cenas quase que em sequências e quase sem cortes. A ambientação também se destaca notavelmente, principalmente por ser fiel com o lugar, a época, o contexto onde a história se passa. A ambientação do longa contextualiza muito bem as cenas com a relação entre as personagens e o cenário - como podemos observar na primeira cena do filme.

    "O Farol" é uma obra complexa, intrigante, desconcertante, ambígua, que exige diferentes interpretações, com diferentes menções, alusões e alegorias.

    spoiler: Podemos associar que a obra está inserida em simbologias e referências mitológicas, como a própria mitologia grega - pois nela o jovem Thomas Howard/Ephraim Winslow (Robert Pattinson) é a personificação de Prometeu, que no mito foi um titã que roubou o fogo dos deuses para dividir com a humanidade - como vimos na cena em que o Thomas Wake (Willem Dafoe) faz uma alusão personificando uma figura egocêntrica. Também temos a cena quando Thomas amaldiçoa Winslow por ofendê-lo, e ele invoca os sete mares e até Poseidon. Temos outra cena onde aparece Thomas com tentáculos, algas marinhas espalhadas pelo corpo, e até um chifre de coral saindo de sua testa. Para muitos, o personagem está caracterizado como Proteu, filho de Poseidon. Na mitologia, um dos principais traços da entidade é a violência e a imprevisibilidade - algo que foi muito bem destacado no personagem durante a trama. Sendo assim podemos dizer que "O Farol" faz uma alegoria à perda do controle e a degradação do ser humano através da mitologia grega. Também podemos fazer uma alusão ao que significa o símbolo do farol para a história: como algo que lida de uma maneira muito forte com a masculinidade velada, o machismo em um alto nível, principalmente com o comportamento masculino, seja ele afetivo ou sexual. Exatamente como vimos ao longo da trama entre os dois personagens, que ora pareciam amigos ora pareciam inimigos. Tinham partes que eles pareciam despertar um interesse mútuo, onde tem uma cena que os dois estão embriagados e seus rostos se aproximam quase que se tocando em um improvável beijo. Também podemos associar o farol com uma fonte de vida daquela ilha, onde o próprio Thomas Wake o protege para manter o equilíbrio das criaturas. Talvez isso explique o motivo de Winslow sempre estar proibido de se aproximar do local. Também é possível associar aquele farol como um estudo da psicanálise, onde o próprio pode representar como estado de consciência absoluta. Acredito que Thomas e Winslow sejam a mesma pessoa, até por isso aquele farol pode significar a quebra das ilusões para ambos. Também acredito que até por isso quando Winslow consegue finalmente acessar o farol ele é morto por sua luz intensa. O estado mental que o local oferece é mais do que ele poderia suportar, pois ele já está entregue a uma profunda perda de si. Duas curiosidades bastante interessantes que o próprio diretor Robert Eggers confirmou: A cena que o Thomas Howard acaba matando o Thomas Wake com o machado é inspirado na obra-prima do Stanley Kubrick, "O Iluminado". Assim como a última cena do filme, aquela cena bizarra das gaivotas bicando os restos mortais do cadáver, também é uma homenagem ao filme "Os Pássaros", do mestre Alfred Hitchcock.


    Willem Dafoe e Robert Pattinson é o coração da obra de Robert Eggers!
    Ouso afirmar que aqui temos a melhor atuação de toda a carreira do Robert Pattinson. Pattinson se destaca ao incorporar um personagem inexperiente ao início, mas com o passar do tempo ele vai criando uma casca, uma ambição, uma projeção muito grande, sempre almejando ir mais além em busca do que estar por trás daquele farol e principalmente do Thomas Wake. Pattinson está em uma perfeita química, uma perfeita sintonia com Dafoe, algo que engrandeceu ainda mais a sua atuação. Robert Pattinson é um belíssimo ator e não é de hoje que ele vem demonstrando todo o seu talento na arte de atuar, como constatamos recentemente com seu excelente Batman.

    Willem Dafoe é, provavelmente, um dos maiores atores da sua geração, e um dos maiores da história do cinema. É completamente incrível o poder de atuação de Dafoe, pois tudo que ele faz fica perfeito, com uma atuação perfeita, com uma interpretação perfeita. Aqui Dafoe dá mais um show, mais uma aula de interpretação cinematográfica, seu personagem é o ponto alto de toda história. Dafoe dá vida ao velho Thomas Wake, um homem já muito cansado, muito estagnado da vida, que está se definhando por tudo que a vida lhe impôs ao longo dos anos solitários naquele farol. Dafoe nos impõe uma personalidade fria, sombria, misteriosa, ao mesmo tempo que nos impressiona com uma postura enérgica, rústica, aguerrida, principalmente entre os diálogos e as discursões com Winslow. Por falar em diálogos, este é um dos pontos alto da atuação de Dafoe - sua forma de conversar, de discutir, de resmungar, sempre carregado com um sotaque britânico pesado. Temos cenas entre Dafoe e Pattinson que soava com um mestre e seu aluno, por outro lado também soava como uma verdadeira disputa pelo poder - atuação completamente absurda do sempre impecável Willem Dafoe.
    Verdadeiramente uma disputa entre o novo Batman e o Duende Verde!

    "O Farol" arrecadou mais de US $ 18 milhões contra um orçamento de US $ 11 milhões. O filme foi indicado para Melhor Fotografia no 92º Oscar e 73º British Academy Film Awards, além de inúmeras indicações e vitórias em outras cerimônias de premiação. Muitos dizem que é um dos melhores filmes de 2019 e um dos melhores da década.

    É completamente incrível como Robert Eggers criou um longa que nos confronta com loucura, insanidade, demência, paranoia, ainda sendo muito bem contextualizado com ótimos diálogos, monólogos e um vocabulário antiquado entre a figura dos dois personagens. Uma obra visceral, grandiosa, enérgica, que nos explicita sobre uma monstruosidade real ou imaginária, pois de fato jamais saberemos se as visões de Thomas e Winslow são alucinações. Porém, posso afirmar que o isolamento e a solidão intensifica o surgimento de conflitos e a ruptura com a realidade.

    O longa de Robert Eggers é difícil, é complexo, é intrigante, requer muita atenção e muita interpretação. Mas sem dúvida este é o maior acerto de Eggers - a sua ambiguidade, ousadia e ambição. De fato esta é uma obra que precisa ser assistida mais de uma vez, para ser melhor analisada e interpretada. Pois independente das suas conclusões, não há uma explicação definitiva para o filme, o que deixa "O Farol" como uma obra completamente ressignificada.
    [14/10/2022]
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