Osama bin Laden, líder do Al Qaeda, foi responsável pelo planejamento de um dos ataques terroristas mais ousados da história da humanidade, resultando em mais de 3 mil mortes e a criação de uma onda de pânico e paranoia norte americana. Engajado no esforço de capturar o responsável, o governo, por meio da CIA, delega à agente Maya (Jessica Chastain) a responsabilidade de identificar os interlocutores do ataque e dar fim às maquinações do grupo "sedeado" em solo paquistanês.
Da mesma forma que o filme anterior (Guerra ao Terror) da cineasta Kathryn Bigelow, esse A HORA MAIS ESCURA reúne uma série de elementos reais para compor sua tensa e tumultuada narrativa. Todo o processo investigativo, desde sessões de tortura, interceptações de ligações, ações em campo, alianças e condutas arriscadas são desenhadas com grande esmero pelo roteirista Mark Boal em prol do entretenimento, cujo resultado eleva-se estratosfericamente graças à montagem e a direção perspicaz de Bigelow.
Evidente que devido ao amontado de nomes e situações descritas pelo roteiro, a confusão pode ser lugar comum em diversos momentos, mas que não atrapalha ao mais atento espectador, uma vez que a cronologia se desenrola com explicações coerentes e lentas quando necessário. O elenco monstro encabeçado pela ótima Jessica Chastain ainda tem Jason Clarke, Kyle Chandler, Mark Strong, Edgar Ramírez, James Gandolfini, Joel Edgerton, Frank Grillo, Chris Pratt e Scott Adkins em aproveitamentos simplesmente fenomenais, mesmo que alguns módicos.
O final já esperado não estraga a diversão, já que a montagem mantém a tensão a cada segundo passado, levando o espectador pelos corredores de um esconderijo claustrofóbico pela quase total ausência de iluminação. No final das contas, o filme é um produto que realça o esforço americano em caçar um líder terrorista, mantendo questões políticas em voga, muitas vezes exaltando os norte-americanos no poderio além fronteira, mas que mão devem deixar que isso atenue a esforço artístico deste ótimo filme.