A quarta temporada de 'The Boys' pode ser considerada menos impactante em termos de "loucuras padrões" da série, porém, isso não a desqualifica como um todo, nem a coloca como a pior de todas as temporadas. Pelo contrário, a temporada desempenha com maestria a tarefa de concluir alguns enredos e estabelecer as bases para o desfecho do arco principal, presente desde a primeira temporada, com grande habilidade.
A nova temporada é, de fato, mais politizada do que as anteriores, o que pode explicar a razão pela qual muitas pessoas não a apreciaram tanto, embora esse não tenha sido o meu caso. Acredito que essa pegada mais focada em política, com pautas ideológicas, vem desde a primeira temporada, mas que agora se tornou muito mais evidente, algo que era satirizado — e ainda é — nas primeiras temporadas.
O principal desafio desta temporada reside na conclusão de arcos que não despertam grande interesse. Em "The Boys", diversas subtramas são dedicadas a diferentes personagens, algumas das quais podem ou não envolver a audiência. A inclusão dessas subtramas visa atribuir a devida importância à extensa lista de protagonistas da série, evitando assim uma aglomeração de personagens desconhecidos em torno de um único propósito. Contudo, nesta temporada, esses arcos parecem apresentar um ritmo mais lento do que o habitual, como evidenciado nos enredos do Francês, Leitinho e Kimiko, que aparentam estagnar sem avanços significativos, interferindo no fluxo da narrativa.
No desfecho, o balanço da quarta temporada é altamente positivo. Todos os elementos característicos de 'The Boys' estão presentes, desde cenas icônicas e performances notáveis - com destaque especial para a interpretação de Antony Starr, que muito provavelmente receberá uma indicação no próximo ano - até uma sátira perspicaz que desempenhou com maestria sua função de preparar o terreno para o grand finale. Aqueles que criticam severamente a nova temporada parecem não ter compreendido, desde o início, a essência da série.