Seis meses após os — já expansivamente retratados nos cinemas — eventos ocorridos em Pearl Harbour, o governo norte-americano traçou um plano imediato para se reerguer e iniciar uma investida de volta contra os japoneses. Partindo desta premissa, Roland Emmerich criou em Midway - Batalha em Alto Mar uma narrativa focada em como esta tática acabou mudando a história do mundo.
Para falar um pouco mais a respeito de seu filme, Roland conversou em exclusividade com o AdoroCinema. O primeiro assunto a ser debatido foi a grandiosidade de seu elenco, que conta com nomes como Nick Jonas, Luke Evans, Ed Skrein, Woody Harrelson, Mandy Moore, Aaron Eckhart, Patrick Wilson, Darren Criss e Dennis Quaid.
O ELENCO PREMIADO
"Foi um longo processo. Eu acho que escolher o elenco ideal é um dos maiores desafios, e sempre gosto de dizer que eles representam cerca de 80% da responsabilidade do diretor. Afinal de contas, se você escolher os atores errados, a filmagem será muito difícil. Então [em Midway] todo mundo coube perfeitamente. Tínhamos um script ótimo, e o Woody Harrelson foi o primeiro a ler e aceitar, e logo depois veio a Mandy Moore. Eu adorei o resultado, o Nick Jonas, por exemplo, estava excelente como Bruno Gaido, ficou bastante fiel".
Outro ponto a ser levantado foi a dificuldade em falar sobre uma história real, que é a Batalha de Midway (dando título ao filme): "Sinto que há um importante senso de responsabilidade. Eu e todos os atores sentimnos isso, pois estávamos representando algo que atingiu várias famílias, e esse é o ponto principal da coisa toda. Eu senti que fazer uma história baseada em fatos foi uma mudança de ares bem-vinda", falou o diretor.
OS FATOS HISTÓRICOS
No entanto, para uma boa representação também é necessário que as cenas sejam bem conduzidas, especialmente tratando-se de sequências de guerra e ação. De acordo com Emmerich, um vasto material original foi consultado: "O que fizemos foi olhar para as fotos, livros e tudo que foi registrado na parte norte-americana da guerra. Tentamos emular o máximo daquilo que vimos de maneira analógica".
Além da parte mais focada na adrenalina, o embasamento político da obra foi também levada em consideração: "Eu amo história, amo ler livros de história e tentei recriar os seis meses da batalha da melhor forma possível. Quis dissecar essa história de seis meses pois foi o maior combate da Segunda Guerra Mundial e os soldados norte-americanos tiveram uma imensa dificuldade em derrotá-los, e a razão disso envolve vários motivos".
A LUTA PELA DEMOCRACIA
Apesar de fazer filmes de desastres naturais com certa frequência (a exemplo de 2012 e Independence Day), Roland não construía um longa de guerra desde O Patriota, em 2000. Para ele, o retorno teve um certo peso diferenciado devido à passagem de duas décadas. Em suas próprias palavras, "Midway é praticamente o que eu queria fazer há 20 anos e não pude".
Mesmo com o foco na ação, o longa também possui uma mensagem importante (fator muito presente nos filmes de Roland, como O Dia Depois de Amanhã e a questão do aquecimento global): "Eu diria que o filme é um lembrete às pessoas de algo muito importante. Quando olhamos ao redor e vemos o nacionalismo crescente na Europa e na América, e a questão dos refugiados sírios sendo renegados... é bom lembrar que soldados americanos deram suas vidas para lutar pela democracia e pela liberdade contra a expansão fascista".
O CINEMA ATUAL
Por fim, ainda sobrou tempo para que Roland desse suas opiniões a respeito da recente polêmica envolvendo a Marvel e as opiniões de Martin Scorsese e Francis Ford Coppola: "As críticas feitas por Martin Scorsese e Coppola são o tipo de críticas vindas de homens velhos que não estão entendendo exatamente o que esses filmes representam. Alguns destes filmes eu realmente gostei. Eu realmente gostei muito do primeiro Homem de Ferro, também adorei Doutor Estranho, mas os Vingadores, por terem muitos heróis, eu achei um pouco absurdo demais pra mim", relatou.
Midway - Batalha em Alto Mar chega aos cinemas brasileiros no dia 21 de novembro!