Tempos vão e tempos vêm, mas a hacker Lisbeth Salander é maior do que todos as crises. Criada pelo falecido autor sueco Stieg Larsson, a rebelde personagem foi desenhada para servir como um contraponto ao jornalista Mikael Blomkvist, o protagonista da saga best-seller "Millennium" (ed. Companhia das Letras) — mais de 80 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo. Mas a maior prova de que Salander tomou precedência sobre seu colega da literatura é o fato de que ela está mais em destaque do que nunca por causa do lançamento de Millennium: A Garota na Teia de Aranha.
Agora interpretada por Claire Foy, de The Crown e O Primeiro Homem, a hacker já foi vivida nas telonas por Noomi Rapace (Prometheus) e por Rooney Mara (Carol) na trilogia de adaptações cinematográficas suecas e no "solitário" filme de David Fincher (Garota Exemplar) respectivamente. Dessa vez, no entanto, existem outras diferenças, mais especificamente no que se refere à autoria da obra original: A Garota na Teia de Aranha é a primeira adaptação de um romance da saga de Larsson que não foi escrito pelo próprio.
Baseado no quarto livro da saga, assinado por David Lagercrantz, o filme de Fede Alvarez (O Homem nas Trevas) promove uma espécie de reboot/sequência da saga Millennium nos cinemas — assim como na literatura. Enquanto Fincher, Mara e Daniel Craig — que interpretou Blomkvist na versão estadunidense, de 2011 —, desejavam retomar as obras suecas após Os Homens que Não Amavam as Mulheres, a bilheteria não inspirou os executivos responsáveis. Assim, sete anos após o primeiro longa americano de Millennium, a franquia volta repaginada em A Garota na Teia de Aranha.
Após os relatos de suas atividades na revista Millennium, de Blomkvist (agora vivido por Sverrir Gudnason, de Borg vs McEnroe), Salander tornou-se conhecida como uma espécie de anti-heroína, responsável por punir homens que cometem crimes contra mulheres. Ciente das habilidades da hacker, Frans Balder (Stephen Merchant) a contrata para que Salander recupere um poderoso programa de computador, desenvolvido para o governo dos Estados Unidos e que pode ser usado para ferir milhões de pessoas. O problema é que as coisas nunca são fáceis para a protagonista na saga Millennium, especialmente quando ela se depara com os Aranhas, uma sociedade secreta de criminosos que também deseja o software.
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Em A Garota na Teia de Aranha, Foy praticamente desaparece, dificultando a memória de seus trabalhos na série The Crown e na cinebiografia O Primeiro Homem. Coberta por muita maquiagem, adotando um modo de agir muito particular e com o olhar penetrante, característico de Salander, a premiada atriz descreveu sua personagem como uma espécie de "super-heroína sem poderes". E assim como Rapace e Mara, Foy revelou que trabalhou bastante para assumir o papel, que atingiu um status de ícone da recente cultura popular.
Ainda não existem maiores informações sobre uma possível sequência de A Garota na Teia da Aranha, mas certamente há material para que Foy continue desempenhando o papel da hacker — o segundo e terceiro livros da saga, "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar" não foram adaptados nos Estados Unidos, e a quinta obra ("O Homem que Buscava sua Sombra", também escrita por Lagercrantz, segue inédita nas telonas.
Coestrelado por Sylvia Hoeks (Blade Runner 2049) e Claes Bang (The Square - A Arte da Discórdia), A Garota na Teia de Aranha estreia nesta quinta, dia 8 de novembro.