"Os americanos adoram um vencedor. Não gostamos de perdedores. Os americanos lutam para vencer, custe o que custar, e nunca pagaremos o suficiente para continuarmos sendo homens livres. Não importa o que aconteça. É por isso que os americanos nunca perderam uma guerra. E é por isso que nunca perderão. Simplesmente porque a ideia de perder é intolerável para os americanos. [...]
Cá entre nós, posso lhe garantir que realmente sinto pena dos filhos da p* com quem vamos lutar. É verdade, eu acho isso triste! Não vamos apenas atirar nos pequenos bastardos! Também vamos arrancar as tripas dos estômagos deles, para que vocês possam lubrificar os trilhos dos tanques! Temos que mostrar a esses bastardos boches do que somos feitos! Sem piedade!".
Embora esse trecho de diálogo - um monólogo, nesse caso - não evoque necessariamente memórias específicas no público em geral, ele deve logicamente reacender o fogo sagrado nos cinéfilos mais exigentes: o discurso de abertura de Patton - Rebelde ou Herói? - interpretado por um fabuloso George C. Scott, que encontrou o papel de sua vida na obra-prima de Franklin J. Schaffner - é absolutamente magistral. Assim como a escolha ousada de abrir o filme com essas falas, no exato momento em que os Estados Unidos estão atolados em uma guerra do Vietnã sem esperança.
Um diretor muito sólido, cuja filmografia é, infelizmente, bastante curta, Franklin J. Schaffner produziu esse fabuloso filme de guerra, lançado há 54 anos, dois anos depois de Planeta dos Macacos. É também um filme biográfico dedicado a um personagem fascinante e ambíguo, que foi o único general aliado genuinamente temido pelos nazistas.
Em uma espécie de ironia deliciosa, à imagem do general borbulhante com suas birras homéricas, George C. Scott recusou o Oscar por sua atuação, alegando que não gostava do princípio da competição entre atores. Frank McCarthy, o produtor do filme, pegou o prêmio para ele e o devolveu à Academia no dia seguinte, de acordo com o desejo de Scott.
Além da qualidade das atuações e do equilíbrio sutil entre cenas íntimas e cenas grandiosas de batalha, a chave do sucesso de Patton também se encontra na qualidade de seu brilhante roteiro, parcialmente escrito por Francis Ford Coppola, que pinta o retrato de um homem tão admirável quanto execrável, orgulhoso e megalomaníaco, mas que também encarna uma espécie de aristocracia cavalheiresca dos tempos antigos, perdido em um mundo que não é mais o seu.
Uma obra admirável, que não se esgotou com as muitas exibições desde seu lançamento há muito tempo. Patton - Rebelde ou Herói? está disponível no streaming Disney+.
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