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    Uma das obras-primas da década de 1990 – com um lendário banho de sangue no final
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    Lançado em 1996, Fargo é estrelado por Francis McDormand e dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen.

    Na década de 1990, Joel e Ethan Coen se tornaram os diretores mais requisitados de sua geração. Tendo conquistado os críticos de todo o mundo com seus primeiros trabalhos, Gosto de Sangue e Arizona Junior, a dupla começou a lançar uma obra-prima atrás da outra. Além de Barton Fink - Delírios de Hollywood e Ajuste Final, os irmãos Coen deixaram sua marca definitiva na cultura pop graças a dois filmes: O Grande Lebowski e Fargo.

    Este último, lançado em 1996, segue Jerry Lundegaard (William H. Macy), um negociante de carros de uma pequena cidade em Minnesota que resolve contratar dois vigaristas para sequestrar sua própria esposa (Kristin Rudrüd). Ele acredita que o resgate, pago por seu sogro rico, será a salvação de seus problemas financeiros.

    No entanto, Jerry superestimou o estado mental dos capangas – e tudo que pode dar errado dá errado. O crime planejado sem sangue, com o qual todas as partes deveriam lucrar, se transforma em um caos brutal que faz muitas vítimas inocentes. Aí entra em cena Marge Gunderson (Frances McDormand), uma policial grávida que tenta elucidar o caso e impedir mais mortes.

    HUMOR ÁCIDO E ATUAÇÕES MEMORÁVEIS EM FARGO

    Francis McDormand em cena de Fargo. Gramercy Pictures
    Francis McDormand em cena de Fargo.

    Com 93% de aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes, Fargo é uma das comédias mais malignas e ácidas dos anos 90, levando o público a um mundo entre a harmonia celestial e a violência sangrenta. Sem contar que o dialeto do interior de Minnesota é um atrativo por si só, colaborando para o status de cult atribuído ao longa-metragem.

    Então, se você precisa de uma boas risadas nervosas, está no lugar certo. É justamente quando o branco da neve é manchado pelo vermelho do sangue que o humor dos Coen ganha vida. Isso vale também para o final, quando Fargo chega àquela que talvez seja sua cena mais icônica: um verdadeiro banho de sangue, que o espectador jamais esquecerá pelo absurdo incompreensível. Aqui, os Coen demonstram sua maestria em elevar a vida cotidiana a uma (muitas vezes horrível) celebração da extravagância.

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    Além do cenário provinciano, que se torna um dos principais personagens da trama, as atuações são memoráveis. Francis McDormand, que ganhou seu primeiro Oscar por Fargo, é absolutamente estonteante como uma policial recalcitrante que pode ter um filho a qualquer momento. O mesmo se aplica a William H. Macy, que, apesar de ser responsável por toda a selvageria vista, desperta tanto a simpatia quanto a antipatia do público.

    Os personagens lindamente escritos e deliciosamente ambivalentes são o que fazem de Fargo uma experiência tão dinâmica de se ver. Não à toa levou o Oscar de Melhor Roteiro Original. Isso é exatamente a matéria-prima de um clássico. E se você precisa de um último argumento para assistir ao filme, basta ouvir a trilha sonora de Carter Burwell.

    Fargo
    Fargo
    Data de lançamento 26 de julho de 1996 | 1h 37min
    Criador(es): Joel Coen, Ethan Coen
    Com William H. Macy, Frances McDormand, Steve Buscemi
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    4,1
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