O filme começa com um comercial para crianças. Entendo a premissa do comercial, mas é tão destoante do filme que a sensação é de estranheza e, para os brasileiros, talvez uma certa nostalgia - comerciais para crianças são ilegais desde 1990 e reforçados em 2016. Ainda assim, o comercial é chocante e não faz nada para o enredo. Outro comercial semelhante ocorre mais adiante, este um pouco mais contextualizado, mas ainda assim estranho.
O M3gan não tem um histórico ruim, mas está repleto de problemas.
A atuação está abaixo da média. Parece ruim para os atores e atrizes, mas esse problema é trabalho do diretor. O diretor do filme não soube guiar Violet McGraw no primeiro segmento, tornando-a quase tão artificial quanto uma boneca. Allison também não flui muito bem nas cenas, e talvez isso seja falta de harmonia com o restante da equipe, o que também não salva o filme. Muitos estereótipos em jogo: um CEO bobo, egoísta e sacanagem, um protagonista nerd, o companheiro de equipe pateta e cômico. A única performance que salva, curiosamente, é Amie Donald e Jenna Davis como M3gan.
Para manter o filme PG-13, a produção cortou as cenas violentas o máximo possível. As cenas de morte sempre ocorrem fora da tela ou são subjetivas.
Uma terceira subtrama parece se desenrolar com o personagem de Kurt, mas seu uso acaba sendo explorador. Kurt poderia ter maiores influências como inimigo secundário, mas acaba sendo apenas um coadjuvante fraco.
O clímax foi o que eu esperava. Previsível, mas nada de ruim.
Se você assistir M3gan esperando uma boneca assassina, ficará desapontado. M3gan é a história de uma boneca andróide que acaba distorcendo sua visão de guardiã. Longe de ser um filme de terror; é um filme de terror.