Dentre algumas questões mais comuns em qualquer roda de conversa, talvez entre certamente a religião. Seja ela debatida pela fé ou pela razão. Particularmente, acredito que a religião ceifa o que há de melhor em qualquer ser humano, a elevação de seu pensamento. A religião amputa sua criação ou concepção de idéia, com o objetivo de subordinação ou obediência.
Neste filme vemos bem claramente, essa amputação cruel que era imposta pela religião, baseada na ignorância e obediência. Martin Sixsmith, jornalista esbarra na história de Philomena, uma mulher que procua o filho desaparecido há mais de 50 anos.
O interessante desta história é que Philomena foi escravizada duas vezes. A primeira por achar que um instinto humano ou um desejo totalmente normal fosse ruim ou algo inaceitável. Foi escrava por pensar que o sentimento humano é pecado, algo muito feito para manter fiéis sob controle, por qualquer religião.
A segunda, quando foi para num convento. Ali seu suposto erro foi usado para que ela trabalhasse por quatro anos, para quitar seus débitos com deus. E o pior, teve seu filho vendido por estas supostas mulheres de deus.
O filme trata a situação, totalmente dramática, de forma dura, sem muito tempo para lágrimas. O diretor, Stephen Frears, caminha com o filme para um lado muito critico e complexo do problema, claro que a história chama para um drama com alto índice de choro, mas a doçura do filme está somente na Philomena. O diretor é frio na sua montagem, não significando que o filme seja ruim ou mal montado, pelo contrário, foi muito bem estruturado e contado.
Independente do final não ser o mais justo,o que pode puxar Philomena para o mesmo lugar de seus mal feitores, o filme se sobressai nas interpretações de Judi Dench e Steve Coogan que trabalham com as diferenças de seus personagens de forma muito simpática no decorrer do filme. Palmas para os dois.