Quando Celie é separada de sua irmã, Nettie, para se casar com Albert, um homem abusivo, ela passa a viver debaixo de um teto opressor e problemático, e a sua vida acaba indo para o fundo do poço; porém, ainda com a esperança de algum dia reencontrar a sua irmã, Celie conhece pessoas que a entendem, e a esperança volta a brilhar. Um belíssimo filme de Spielberg em diversos sentidos; a direção certeira dele é capaz de fazer você sentir cada movimento brusco, cada olhar, cada pequeno gesto abusivo e ainda te deixar emocionado com a mais simples coisa. O ritmo mais lento (Que geralmente me incomoda) é um grande acerto nesse filme, tanto que mal senti as duas horas e meia passarem. O roteiro é um show à parte: uma linda história de humanidade que vai te arrancar uma certa raiva por causa de certos personagens e algumas possíveis lágrimas por conta de outros. As atuações são ótimas: todos parecem ser os seus personagens realmente (Minha queixa vai à criança que interpreta a Nettie, que deixou um pouco a desejar quando o roteiro pediu mais dela). Desde a abertura do filme, a trilha ajuda você a sentir a emoção forte de cada cena que ela surge.
Um filme que, com certeza, merece a sua atenção se você estiver procurando por um drama forte e bem-produzido; me espanta esse filme não ter ganhado um Oscar sequer. Tudo aqui é muito bem-feito; e se você sente saudades de alguma pessoa, digo-te que, sem dúvidas, esse filme vai te arrancar pelo menos uma lágrima. A você que não sente saudades de ninguém, digo-te que você vai, sem dúvidas, sentir a emoção dessa história potente, cruel e real.