Considerado o primeiro milionário da indústria de entretenimento nos Estados Unidos, o empresário Phineas Taylor Barnum, ou P.T. Barnum, como foi mais conhecido, alcançou o sucesso quando fundou, em Nova York, no início do século XIX, uma companhia de circo que deu origem a um show bastante popular e que tinha a sua essência na apresentação de curiosidades humanas - ou seja, figuras que eram consideradas bizarras pelos seus semelhantes.
A história de P.T. Barnum (interpretado por Hugh Jackman) nos é contada no filme “O Rei do Show”, que marca a estreia de Michael Gracey (conhecido pela direção de videoclipes) como diretor de um longa-metragem. A escolha pelo gênero musical foi muito feliz pelo fato de que P.T. Barnum era uma personalidade que exaltava o espetáculo, então, contar a sua trajetória como um grande show foi um acerto.
O roteiro escrito por Jenny Bicks e Bill Condon exalta as características pessoais de P.T. Barnum. De origem humilde, filho de um alfaiate, a sua jornada, principalmente, foi em busca de aceitação. E, nesse ponto, está a grande contradição que podemos enxergar em Barnum. Em busca de ser aceito, de chamar a atenção para si mesmo e para os seus negócios, ele fez uso das pessoas: primeiro, daqueles que formavam as curiosidades humanas; segundo, do sócio Phillip Carlyle (Zac Efron); e, por fim, da cantora de ópera Jenny Lind (Rebecca Ferguson).
Isto permite com que “O Rei do Show” faça uma pequena reflexão sobre os (altos) preços que pagamos para conseguir aquilo que mais desejamos - e se isto vale a pena ser vivido. Porém, o objetivo de “O Rei do Show” não é esse. E sim, fazer uma grande celebração sobre a arte e sobre aqueles que se dedicam a fazê-la. Por isso, reforçando, o grande acerto de “O Rei do Show” é nos contar esta história como um musical - ainda que sem aquele brilho de outros longas do gênero.