Com a chegada do quinto capítulo da série, eu ostensivamente acabei me dando ao trabalho de revisar aos filmes originais, Pânico é uma franquia bem relevante pro subgênero, toda metalinguagem e sátira propósta por Wes Craven e Kevin Williamson nestes filmes não só inovaram a nossa concepção de filmes slasher, como mudaram de muitas formas o modelo de produção de diversos filmes do subgênero, por mais que este estilo satírico da série tenha se desgastado bastante, muito por conta de várias cópias baratas e paródias Besteirol, tendo tudo isso em vista, posso penhorar que 'Pânico 4' seria aqui facilmente o capítulo que mais conseguiu me satisfazer como entretenimento, obviamente não chega à superar o original de 1996, mas creio eu ser bem melhor desempenhado do que as duas continuações de 1997 e 2000, que ao meu ver tinha sido muito fracas em comparação.
Aqui em Pânico 4, tal qual como nos anteriores, Wes Craven (em seu último trabalho antes de seu triste falecimento em 2015) propõe novamente o uso de várias auto-referências, a cena de abertura já é mega metalinguística e cheia de zoações, o que por se só ilustra bem o tom desta obra, pois ao contrário dos capítulos anteriores, que apesar de serem sim acompanhados de um bom humor, ainda mantinham um tom mais sério aqui e lá, já Pânico 4 se assume abertamente como uma comédia, com sustos e uma violência BEM gráfica. Aqui, o nosso trio principal se mantém melhor do que nunca, Gale (Courteney Cox) continua com o seu belo cinismo e Dewey (David Arquette) continua sendo aquela figura levemente atrapalhanda mas de bom coração, e a sua química funciona perfeitamente, mas quem novamente se destaca aqui é Sidney que se mostra como uma personagem bem mais amadurecida, e é sempre bom poder ver Neve Campbell interpretando a personagem.
Em suma, "Pânico 4" mantém a diversão dos filmes anteriores, enquanto atualiza a franquia para a era da mídia social. Fiquei especialmente surpreso ao ver algumas das pequenas partes no início. Uma obra bastante agradável.