Excelente atuação de Natalie Portmann, como em todos os filmes que ela participa (não pelas cenas de balé, que são lindas demais, e se tornou óbvio que a maioria delas foi representada por dublês). É um belo filme de drama, dá pra sentir muita pena e compaixão da personagem, inclusive pela pressão constante e pelos delírios que ela sofre, mas não chegou a me perturbar psicologicamente. O diretor foi inteligente ao misturar as cenas reais com devaneios, além dos vários transtornos mentais sofridos pela personagem (dismorfia, auto-mutilação, anorexia, psicose, dentre outros), mas se a intenção foi causar terror psicológico, não funciona com quem está bem preparado psicologicamente. A insegurança de Nina que se estende até o final cansa um pouco. Não é um filme que eu assistiria de novo.
Mas a cena final paga o filme, mostra de maneira emocionante e crua o preço a se pagar pela busca pela perfeição... mostrou de forma espetacular o sentimento de agonia e, ao mesmo tempo, de realização ao alcançá-la em vida. A morte e problema psicológico dela pra mim, evidenciou, perfeitamente, como a perfeição, de fato, é algo inatingível... já que para se alcançá-la, foi necessário não fazer mais parte deste plano... foi necessário abrir mão de muitos aspectos da sua vida pessoal... foi necessário se desfazer de si mesma, o que acaba prejudicando seu equilíbrio psicológico... foi preciso se desvencilhar de sua própria personalidade (uma garota virginal, pura, meiga), pois era a única coisa que a impedia de alcançar a perfeição, como disse o próprio Thomas "a única pessoa no seu caminho é você". O perfeito, no final das contas, foi "imperfeito".
Enfim... Quão mais felizes seriam os pais, se eles entendessem que seus filhos nunca serão tudo aquilo que eles não conseguiram ser, a ponto de não cometer a besteira de lançar sobre eles tanta expectativa de perfeição... Me fez perceber o quanto tenho sorte.
Recomendo. Filme muito bom mesmo!