The Whale é o novo filme de Darren Aronofsky, diretor de Réquiem para um Sonho, Mãe! e Cisne Negro, e será um dos destaques do Festival de Veneza 2022. O filme será estrelado por Brendan Fraser no papel um professor de inglês recluso que sofre de obesidade mórbida. Para essa preparação, Fraser usou até 130 quilos de próteses e chegou a ficar até seis horas do dia fazendo maquiagem na produção.
Conhecido por efeitos inovadores de maquiagem digital e indicado ao Oscar por A Minha Versão do Amor, Adrien Morot é um antigo colaborador de Aronofsky e foi contratado para realizar essa transformação realista e empática na produção. Existe pouco CGI no resultado final, com próteses elaboradas de forma naturalista – modeladas por meio de uma escultura digital, antes do uso de uma impressora 3D.
The Whale é baseado na peça de Samuel D. Hunter, estrelado por Brendan Fraser e Sadie Sink. Na história, acompanhamos a vida de Charlie (Fraser), um professor de inglês recluso que sofre de obesidade mórbida e tenta se reconectar com sua filha adolescente Ellie (Sink), para uma última chance de redenção.
Tranformação de Brendan Fraser para o papel em The Whale
Em entrevista à Vanity Fair, Brendan Fraser revelou quando vou pela primeira vez o traje protético do personagem em um manequim, achou bonito e impressionante. Mesmo assim, em sua utilização ele sentiu que eram “incômodos, não exatamente confortáveis”. Isso tem um motivo: Fraser carregou de 22 e 130 quilos extras durante as filmagens dependendo da cena, segundo o diretor Aronofsky.
No início da produção, ele passava de cinco a seis horas em uma cadeira para a maquiagem diariamente, para interpretar o protagonista. Mais tarde na produção, eles reduziram de duas a três horas. Brendan Fraser receberá o prêmio TIFF (Festival Internacional de Cinema de Toronto) por sua atuação em The Whale, o que o coloca desde já como um forte candidato ao Oscar 2023.
Por causa da mobilidade limitada do personagem Charlie, várias pessoas da produção estavam à disposição para ajudar o ator a se levantar, sentar e andar pelos degraus entre o estúdio e a sala de maquiagem. Fraser trabalhou com a Obesity Action Coalition, organização ativista na causa da obesidade, para se preparar para The Whale e também consultou pessoas que passaram por cirurgias bariátricas. “Aprendi rapidamente que é preciso uma pessoa incrivelmente forte dentro daquele corpo para ser essa pessoar. Isso me pareceu adequado, poético e prático, tudo ao mesmo tempo”.
Ele assistiu diferentes dramas, comédias, documentários e reality shows para entender completamente retratos passados de pessoas com obesidade mórbida. "Eu olhei para outras próteses de obesidade que foram usadas no cinema, na maior parte do tempo em comédias com piadas ofensivas... o humor vinha sempre do fato de que o corpo dessas pessoas 'desafiava a gravidade'. Não é o caso aqui", comentou Fraser sobre a abordagem do filme.
“Infelizmente, tantos personagens retratados na mídia que vivem com obesidade são tratados de forma terrível – ou são humilhados, ridicularizados ou apenas vivendo na miséria. Isso nunca foi Charlie. A obesidade é apenas parte do que Charlie é. Após 10 minutos de tempo com Charlie, esse é o avanço que esperamos que o filme tenha”, disse Aronofsky à Vanity Fair.
The Whale ainda não tem data de estreia nos cinemas do Brasil.