Elvis Presley é uma das maiores estrelas da história da música, considerado como o "Rei do Rock", e vai receber uma cinebiografia de sua vida e carreira em 2022, comandada por Baz Luhrmann, diretor de Moulin Rouge - Amor em Vermelho e O Grande Gatsby, com Austin Butler no papel do artista e Tom Hanks como seu empresário controlador Coronel Tom Parker. O AdoroCinema participou de uma coletiva de imprensa com Baz Luhrmann e Austin Butler, e teve acesso ao primeiro trailer da produção intitulada de Elvis.
Ao assistir ao trailer da cinebiografia de Elvis, uma das coisas que chama a atenção imediatamente é que Austin Butler realmente está cantando muitas das músicas. Na coletiva, o ator explicou o processo em dar vida ao artista no cinema. Confira o que ele disse:
Quando eu comecei o processo disso, eu queria que a minha voz soasse idêntica à dele, esse era meio que meu objetivo. Se você ouvisse uma gravação minha e uma gravação dele, você não seria capaz de dizer a diferença. E isso eu segurei isso por um longo tempo, o que me fez também sentir medo de não conseguir isso, ou qualquer outra coisa
Antes das filmagens, ele realizou de seis a sete dias por semana de treinamento de voz, trabalhando com diferentes especialistas para conseguir alcançar a voz de Elvis, com o dialeto e todas as minúcias no lugar. Depois, Austin Butler percebeu que não se tratava apenas de recriar perfeitamente o ator e cantor, mas a história do personagem: "Em última análise, a vida é o que é importante, como meio que percebemos isso, você pode se passar por algum amigo, mas encontrar a vida interior, a paixão e o coração. Eu tive que me libertar das restrições disso e tentar viver a vida da forma mais verdadeira possível", completa Austin Butler.
Baz Luhrmann acrescenta que "todas aquelas primeiras gravações de antes dos anos 60, você realmente não pode usar em um filme", porque são gravadas em mono [som transmitido por meio de um único canal]. Pensando nisso, revela que criou "uma linguagem musical para o filme", se aprofundando nas pesquisas e entrando em contato com o mundo de Elvis Presley. Eles estiveram em Graceland, Nashville, no estúdio de gravação de Elvis, com o guitarrista da banda dele, além de terem acesso às suas primeiras gravações.
Mesmo com esse aprofundamento, Luhrmann ressalta: "Como disse Austin, não pode ser uma imitação. Tem que ser uma interpretação. Porque não temos o material de origem. E mesmo que o fizéssemos, é filtrado pela velha tecnologia nostálgica", disse. "A missão número um de Austin, desde o momento em que o conheci, era humanizar esse presente dos EUA, era mostrar a pessoa na jornada", completa o diretor.
Elvis Presley completaria 80 anos nesta quinta-feira. Relembre a carreira nos cinemas do Rei do RockFilme de Elvis Prealey é um retrato cultural e social dos Estados Unidos
Além do trabalho de pesquisa para acompanhar décadas da vida de Elvis Presley e sua ascensão à fama, as primeiras cenas da cinebigrafia evidenciam a grandiosidade e o estilo cinematográfico de Baz Luhrmann, com diferentes figurinos, além de muita música, para acompanhar a transição entre décadas do artista.
Luhrmann revela que sempre foi um fã de Elvis, mas escolheu retratar sua vida e carreira nos cinemas, mas como um retrato cultural e social dos Estados Unidos. "A verdade é que nesta era moderna, a vida de Elvis Presley não poderia ser uma tela melhor para explorar os Estados Unidos nos anos 50, 60 e 70. Quer dizer, é uma vida mítica que ele viveu muito jovem, com 41 anos, 42 anos", explica. "Mas nesses 42 anos são três grandes vidas colocadas em um curto período de tempo. E o que é extraordinário nisso, é que essa vida está culturalmente no centro dos anos 50. E socialmente, os anos 60 e, na verdade, os anos 70 é uma grande tela para explorar a América. Então foi isso que me atraiu nisso", esclarece Baz Luhrmann.
Na coletiva de imprensa, Austin Butler também conta o que o atraiu para interpretar Elvis: "Há muitas razões. Mas acho que, fundamentalmente, explorar a humanidade de alguém que foi ele se tornou o papel de parede da sociedade de certa forma. E ele é um ícone e tem um status sobre-humano. Então, para explorar isso há anos para aprender por que ele era desse jeito, e encontrar o humano dentro desse ícone. O que era realmente uma alegria que eu poderia fazer pelo resto da minha vida, provavelmente . Mas isso combina com o fato de eu poder trabalhar com um dos maiores cineastas de todos os tempos [Baz Luhrmann]. Quero dizer, isso é apenas uma alegria na minha vida", explica o protagonista da produção.
Tom Hanks interpreta o vilão na cinebiografia de Elvis Presley
A carreira de Tom Hanks é marcada por diversos personagens adoráveis, mas em Elvis ele vai basicamente interpretar um vilão, que se trata do controlador empresário do artista, Coronel Tom Parker. Porém, Baz Luhrmann encara o personagem de forma mais complexa, com ele também contando sua história no filme.
"Eu acho que Tom ele correu para esse papel. E eu acho interessante, porque vilão, é muito fácil de encarar. E eu não acho que estou entregando nada dizendo, porque o trailer abre com sua fala 'alguns que dizem que eu sou o vilão desta história'. Agora, tenho certeza que ele não continua, ele conta a história. Ele nem quer contar a história. Então, do ponto de vista desse personagem, ele está defendendo, na verdade, o fato de contar essa história. É um dispositivo porque, na verdade, quando se trata de um personagem histórico, só há alguém contando essa história. Mesmo na vida, se você viveu com um Elvis ou vive com um Amadeus, é sua memória, sua versão da vida deles. E as pessoas sempre contam a história de outra pessoa, de uma perspectiva que eles estão dizendo a você", completa.
Elvis estreia em 14 de julho nos cinemas brasileiros.