Meses após seu lançamento, o documentário Deixando Neverland ainda está causando polêmica pelo mundo. Três fã-clubes franceses do cantor Michael Jackson estão processando Wade Robson e James Safechuck, os protagonistas do filme dirigido por Dan Reed (Three Days of Terror: The Charlie Hebdo).
Exibido no Festival de Sundance, o filme de quatro horas traz os relatos de Robson e Safechuck, que afirmam terem sido abusados pelo intitulado "príncipe do pop", quando tinham apenas 7 e 10 anos, respectivamente. Ambos contam as situações pelas quais passaram em gráficos detalhes, refletindo como isso trouxe consequências em suas famílias e vidas adultas.
Para a lei francesa, difamação de uma pessoa morta pode ser considerado crime. Então, os grupos entraram com uma ação judicial, clamando que as acusações contra Jackson, falecido em 2009, são extremamente sérias e culminam em um "genuíno linchamento" do artista. Assim, os fã-clubes estão pedindo um euro por danos simbólicos.
Vale lembrar que a família do cantor também entrou com uma ação contra a HBO, por quebra de contrato, já que a emissora está divulgando algo que prejudica a imagem do artista, desrespeitando um acordo feito em 1992 para exibir seu show na TV. Em declaração oficial, os parentes de Michael Jackson registraram apoio ao processo francês: "Estamos esperançosos que uma vitória na França vá começar um movimento nos Estados Unidos, a fim de explorar as mudanças necessárias na lei para proteger os mortos de difamação."
Anteriormente, o diretor Dan Reed defendeu seu documentário publicamente: "Essa é uma história sobre duas famílias e Jackson é apenas um elemento dessa narrativa. O filme é um relato sobre abuso sexual, como ele acontece e as consequências que tem na vida das vítimas. [...] Cada vez que uma música toca, os familiares ganham dinheiro. Não me surpreende que eles venham em defesa do lucro."
Leia a crítica do AdoroCinema para Deixando Neverland.