Exibido pela primeira vez no Festival de Toronto 2017 e tão bem avaliado que entrou na lista dos 100 melhores filmes do ano do Rotten Tomatoes, The Death of Stalin pode ter agradado gregos e troianos, mas irritou os russos. Após verem a comédia britânica numa sessão privada, membros do conselho do Ministério da Cultura decidiram proibir o lançamento do longa-metragem nos cinemas do país.
"Não temos isso de censura. Não tememos ataques à nossa história, mas há um limite moral entre análise crítica e pura zombaria. Muitas pessoas viram o filme como uma ofensiva piada às custas do passado soviético, do país que derrotou o fascismo, do exército nacional e até das pessoas comuns. Desagradavelmente, viram também escárnio com as vítimas do stalinismo", declarou Vladimir Medinsky, ministro da Cultura. A comédia tinha estreia limitada programada para 25 de janeiro no país e a proibição tem sido muito criticada por figuras públicas e políticas russas nas redes sociais.
Dirigido por Armando Iannucci, criador da série Veep, The Death of Stalin retrata em tom satírico os últimos dias de vida do ditador e o pandemônio que toma conta do desorientado Partido Comunista após a sua morte. Steve Buscemi, Olga Kurylenko, Jason Isaacs, Rupert Friend, Andrea Riseborough, Jeffrey Tambor e Paddy Considine estão no elenco.
"Todos os russos que viram o filme até o momento, incluindo pessoas da imprensa, o elogiaram. Me disseram duas coisas: é engraçado, mas é verdade. Ainda tenho confiança de que chegaremos aos cinemas", disse o otimista diretor ao The Guardian. Descrita como "desprezível, repugnante, chata e ofensiva" pelos presentes na "pré-estreia", a comédia ainda não foi banida. Oficialmente só teve o lançamento adiado por tempo indeterminado pela inapropriada proximidade da celebração dos 75 anos do fim da Batalha de Stalingrado, dia 2 de fevereiro.
The Death of Stalin concorre ao BAFTA nas categorias Melhor Filme Britânico e Melhor Roteiro Adaptado. Ainda não há previsão de estreia no Brasil.