Poucas colaborações na tela grande e nos bastidores foram tão apaixonadas, violentas e completamente loucas quanto a de Werner Herzog e Klaus Kinski. Essa relação de amor e ódio foi brilhantemente documentada no documentário Meu Melhor Inimigo, lançado em 1999.
Embora a primeira colaboração deles, Aguirre, a Cólera dos Deuses, tenha tido problemas durante as filmagens, não foi nada comparado às filmagens de Fitzcarraldo, de 1982, que foram um verdadeiro inferno.
Longe de tudo, a 1.400 quilômetros da primeira cidade, Herzog filmou seu filme na perigosa selva amazônica. E, como esperado, a equipe de filmagem sofreu as consequências: ocorreram duas das chuvas mais fortes do século, então eles tiveram que parar o trabalho e enfrentar a lama. Isso significava que, em vez de filmar seu filme em alguns meses, o diretor levou três anos para terminá-lo.
A história de um homem obcecado com a ideia de construir uma casa de ópera no meio da selva seria, originalmente, estrelada por Jason Robards como Brian Sweene Fitzgerald, conhecido como Fitzcarraldo, e Mick Jagger, como seu parceiro Wilbur.
No entanto, Robards adoeceu no set e teve que ser levado às pressas para casa. Isso também causou a ausência do astro do rock, já que, por obrigações contratuais com sua banda, ele teve que embarcar em uma turnê musical em 1981.
Compreensivelmente desanimado pelo fracasso de seus dois protagonistas, Herzog foi forçado a começar do zero reescrevendo o roteiro. O personagem interpretado por Mick Jagger foi completamente eliminado, enquanto Fitzcarraldo foi retrabalhado para se adaptar melhor à personalidade de Klaus Kinski, que assumiu o papel.
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