Em 1482, no centro de Paris, aos pés das monumentais paredes da Catedral de Notre-Dame, um cigano chamado Clopin se oferece para contar a algumas crianças a história do misterioso sineiro que vive lá em cima e que ninguém jamais viu.
Ele lhes conta que, há cerca de vinte anos, um grupo de ciganos desembarcou nas margens do Sena e se deparou com o terrível juiz Claude Frollo. Por azar, ao matar uma das ciganas que a perseguia, o vilão foi forçado a criar seu bebê deformado. Para evitar que alguém o visse, o magistrado forçou a criança a permanecer no topo da catedral, para nunca mais descer.
Com o passar dos anos, Quasímodo sempre obedeceu às ordens de seu mestre, mas, observando de longe a existência feliz das pessoas lá embaixo, seu coração muitas vezes o incentivava a deixar seu santuário.
Walt Disney Pictures
Em meio a uma era de ouro...
Nunca é demais repetir: os anos 90 foram, sem dúvida, um dos períodos mais prósperos da história da Disney. Entre A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, Aladdin e O Rei Leão, os estúdios encantados, impulsionados por uma nova inspiração, conseguiram reunir triunfos comerciais, além de grandes filmes.
Adaptado do famoso romance de Victor Hugo, ambientado na França medieval do século XV, O Corcunda de Notre-Dame sem dúvida se enquadra em ambas as categorias. Com seu roteiro ambicioso e personagens poderosos, o 34º clássico animado do estúdio é provavelmente um dos filmes mais ricos, mais adultos e mais bem-sucedidos da história da Disney.
Confiado aos diretores de A Bela e a Fera, o filme não hesita em abordar seu público jovem com toda a seriedade, tratando de temas delicados como ostracismo, deficiência, ciúme e perseguição, e apostando que pode ser dirigido tanto a crianças quanto a futuros adultos, sem nunca cair no macabro.
Melhor ainda, O Corcunda de Notre-Dame usa cada um desses elementos aparentemente arriscados como pedestais para se elevar ao topo. Ao fazer isso, ele consegue manter (e às vezes até sublimar) a magia tradicional do estúdio Disney para se tornar um dos longas-metragens mais majestosos do estúdio, desde sua magistral sequência introdutória.
É claro que não podemos nos esquecer da extraordinária trilha sonora do sempre inspirador Alan Menken e da qualidade da animação, que mistura maravilhosamente as proezas digitais dos artistas da Pixar com a famosa sensibilidade dos artesãos da Disney. O resultado é, simplesmente, um dos mais belos longas-metragens do estúdio.
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