Em A Jornada, lançado em 2019, vemos Eva Green como Sarah Loreau, que deseja ser a primeira mulher a explorar Marte. Durante toda a sua vida, ela quis ser uma astronauta e, com treinamento e um pouco de sorte, chegou a hora: ela foi selecionada para uma missão de um ano.
Mas, primeiro, ela precisa concluir um programa de treinamento que a prepara, bem como aos membros da tripulação, Mike Shannon (Matt Dillon) e Anton Ocheivsky (Aleksey Fateev), para todas as eventualidades possíveis e para a sobrevivência no espaço. Sarah atinge seus limites físicos e mentais durante o período de preparação, principalmente porque a despedida de sua filha Stella (Zélie Boulant), que ficou com o pai, a deixa sob grande tensão.
O aspecto especial de A Jornada é sua autenticidade quase documental – quem espera uma grande ficção científica pode ficar um pouco decepcionado. Ao invés disso, o filme oferece uma visão realista dos grandes e mundanos desafios enfrentados pelos astronautas.
É um mundo de homens
A Jornada não é tanto um filme sobre mundos distantes, como se poderia supor em função do tema, mas sim um filme sobre o nosso mundo, que ainda é amplamente dominado por homens – e com Sarah, a astronauta, isso fica muito claro. Quando, por exemplo, ela conta que sua mãe lhe disse: “não é um trabalho para meninas” na infância, ou quando ela tem que se afirmar contra o falastrão Mike Shannon.
Além disso, conciliar trabalho e paternidade ou maternidade já é um desafio na vida “normal”. Como será isso para uma mãe no espaço? Certamente difícil. Isso fica ainda mais evidente pelo fato de que os colegas homens de Sarah não parecem se incomodar com o fato de terem de deixar seus filhos com as mães.
No final, A Jornada não prospera com o valor do espetáculo e dos efeitos, mas com os conflitos de sua protagonista consigo mesma, com sua família e com o mundo que ela deixa para trás por um tempo. Isso é tão comovente quanto esclarecedor.
O filme está disponível no Prime Video.
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