“Esta é a história de um homem que cai do 50º andar de um prédio. Durante a queda, o rapaz continuamente repete para si: 'Até agora, tudo está bem; até agora tudo está bem; até agora tudo está bem'. O importante não é a queda, mas sim o pouso.”
O trecho acima é como começa o brilhante filme francês, O Ódio. Embora 28 anos já tenham se passado desde seu lançamento, a epopeia assinada por Mathieu Kassovitz e estrelada por um jovem Vincent Cassel foi responsável por marcar uma geração. Com um legado de grande importância, não à toa, ela continua a ser debatida mesmo em 2023, levando a nós, do AdoroCinema, falarmos sobre o longa hoje.
Segundo Brad Pitt, David Fincher não gosta de quase nada, mas amou esse filme francêsQUAL É A HISTÓRIA DE O ÓDIO?
Para contextualizarmos, vale colocar que Kassovitz começou a escrever La Haine (no original) em um período muito específico: abril de 1993. Nele, na França, Makomé M'Bowolé, um garoto zairense de 17 anos, foi assassinado sob a mira de uma arma em uma delegacia de polícia, algemado e sob custódia. O policial responsável pelo ato até tentou se justificar ao alegar que o disparo foi acidental, mas a população não comprou a desculpa, indo às ruas para protestar contra a constante violência das forças armadas governamentais.
Com isso em mente, rumamos para a trama de O Ódio. Nela, Abdel Ichah, um jovem de 16 anos, está entre a vida e a morte. O adolescente foi violentamente espancado por um inspetor da polícia durante um interrogatório, levando a uma série de protestos da população. A partir daí, três amigos próximos do jovem agredido tomam caminhos diferentes, buscando, às suas maneiras, lidarem com a agressão ao adolescente.
Vencedor do prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes de 1995, Kassovitz conseguiu cativar público e crítica com aquele que foi seu segundo filme como cineasta. O Ódio estreou com os dois pés na porta no prestigiado festival francês, onde recebeu uma enorme ovação - e posteriormente fez sucesso nos cinemas, liderando as vendas nas bilheterias da França por diversas semanas.
Até hoje, o filme pulula no imaginário dos cinéfilos muito devido ao seu forte final, que ousa deixar uma questão importante enquanto completa o trecho deixado no início deste texto:
“Esta é a história de uma sociedade em queda livre. Em sua trajetória ao afundar, continua a afirmar para si mesma: até agora tudo está bem; até agora tudo está bem; até agora tudo está bem. O importante não é a queda, mas sim o pouso.”
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