Christopher Nolan é um dos grandes gênios cinematográficos de sua geração, capaz de tirar do papel os mais ambiciosos projetos de Hollywood. Desta forma, acaba sendo inevitável compará-lo a outros mestres da sétima arte - e hoje é exatamente o que faremos aqui.
Não é segredo para ninguém que Nolan é fã de carteirinha de Stanley Kubrick, um diretor conhecido por títulos como Laranja Mecânica, De Olhos Bem Fechados, Barry Lyndon, O Iluminado e mais. Apesar dos estilos diferentes de ambos, o trabalho do primeiro citado já foi inspirado algumas vezes pelo do segundo, e o resultado pode ser visto em A Origem.
No longa-metragem, durante o take realizado em um corredor de hotel, o personagem de Joseph Gordon-Levitt tem a missão de supervisionar uma das camadas dos sonhos, enquanto o resto da equipe se aprofunda no inconsciente de Robert Fischer (Cillian Murphy). Para tentar manter seus companheiros ilesos, o interpretado por Lewitt precisa correr por um corredor giratório que, em certo ponto, não é mais regido pela lei da gravidade.
No livro Christopher Nolan: The Iconic Filmmaker and His Work é relatado que, na tomada, Nolan não queria "nenhum surrealismo supérfluo" enquanto criava a sensação de que "algo estava fora do lugar". A sala em questão foi projetada milimetricamente para poder ser filmada da maneira mais realista possível, através de uma estrutura que realmente girava em 360 graus.
Para o cineasta, essa cena pode ser considerada uma das mais cruciais de sua carreira. Não só pelo grande grau de dificuldade para ser produzida, mas também porque foi inspirada pelo longa de Kubrick, 2001 - Uma Odisseia no Espaço.
"Eu ansiava por criar a magia do cinema como o maestro e mago Kubrick tinha feito, e desafiar a gravidade. Esse desejo se tornou o corredor giratório em A Origem", confessou Nolan.
Motivado pela genialidade de Stanley, Christopher, então, pôde descansar, sabendo que levou às grandes telas um dos momentos mais representativos da história do cinema.