Convertido em uma franquia de quatro filmes — com um quinto a caminho — e uma presença indiscutível na indústria cinematográfica, ninguém negaria hoje que Mad Max é um desses filmes capazes não só de fazer história no mundo audiovisual, mas de se tornar parte da cultura popular de várias gerações.
No entanto, o filme distópico australiano, dirigido por George Miller e estrelado pelo ainda desconhecido Mel Gibson, tornou-se realidade como um projeto de baixo orçamento e sem grandes pretensões. Com uma equipe completamente alheia ao futuro que traria o filme para o mercado internacional e fortaleceria a carreira dos envolvidos em Hollywood para mudar suas vidas para sempre.
Quando George Miller começou a trabalhar em Mad Max, ele estava praticamente dando seus primeiros passos. O cineasta australiano havia estudado medicina e fazia residência em um hospital, enquanto conciliava o trabalho com a paixão por fazer curtas-metragens, junto com seu amigo Byron Kennedy.
Mad Max seria, de fato, seu primeiro longa-metragem, então não é de se estranhar que eles mal tivessem recursos para realizá-lo. Para co-escrever o roteiro, eles contrataram o também inexperiente roteirista James McCausland, que teria recebido meros três mil dólares para ajudá-los na história.
Embora a produtora australiana Roadshow Film Distributors estivesse interessada desde o início, foram Miller e Kennedy que tiveram que levantar o dinheiro para tirá-lo do papel, com o orçamento final do filme sendo de aproximadamente 400 mil dólares — o que valeu a pena após arrecadarem 100 milhões de dólares em bilheteria.
De fato, tal foi o sucesso do filme que, por décadas, Mad Max deteve um Recorde Mundial do Guinness Book, como o filme mais lucrativo já feito até então, marco que não seria sucedido até 1999, vinte anos depois, por A Bruxa de Blair. É preciso dizer também que a recepção de Mad Max pela crítica não foi unânime na época, embora hoje seja considerado por muitos uma obra-prima e seja, sem dúvidas, um filme cult que fez história no cinema.
A história de Mad Max se passa nas estradas desertas de uma Austrália pós-apocalíptica em que o mundo deixou de ser como nos lembramos. O mundo está mergulhado em uma verdadeira decadência com quase nenhuma água e energia, o caos reina e só há um bem considerado o mais precioso: a gasolina.
Nesse cenário, ocorre uma guerra impiedosa entre gangues e a força policial que tenta manter a ordem nas estradas. O corpo de ordem pertence a Max (Gibson), que acaba transformando seu dever de justiça em algo pessoal.
Com sua influência ainda muito presente em diversos filmes e séries ao longo de seus mais de 40 anos de história, James Wan, James Cameron, Guillermo del Toro, David Fincher e Robert Rodriguez são apenas alguns dos cineastas que já afirmaram ter sido influenciados pela franquia em algum momento de suas carreiras.