Filme "Corações de Ferro", ética medieval e Dante
Observando o filme Corações de Ferro, estralado por Brad Pitt, fica a se imaginar ujm filme sobre a Segunda Guerra e tanques de guerra, muito tiro e violência. Até a violência é considerável no filme. Também os tiros e a ação, em especial para efeitos sonoros dos tanques, que usam a tecnologia de home theaters com muita qualidade. Fato é que desde o começo sobressai um assunto curioso, além da guerra contra alemães e tanques fortificados. O tema da ética cristã, de uma filosofia medieval e dos pecados, lembrando algo dantesco, também estão presentes.
Já de começo aparecem alguns soldados com o discurso cristão, comparando pecados, relacionando a Bíblia, a congregações, bem como a se estar salvo ou não, em Cristo. Também se fala dos pecados, comparando aparentemente a guerra ou morte sendo mais importante que se envolver em luxíria com uma moça alemã. Também se pode pensar numa oposição entre a filsofia alemã, mais clássica, e a americana, uma cópia da alemã, uma vez que filósofos e cientistas alemães da época pós-guerra tenham mudado de Alemanha para os EUA. Há uma semelhança de Roma copiando a filosofia da Grécia antiga. Mas o cristianismo vive ainda firme, também numa espécie de cruzada de norteamericanos contra os alemães, uma vez que se poderia ver alemães dessa época, do Reich, como pagãos. Tudo isso em um inferno dantesco, ou purgatório, que ceifoi muitas vidas, na guerra. O tanque alemão mesmo assim era melhor, mas na batalha do filme se tem tanques americanos com algum talento extra. Curioso que um desses soldados "cristãos" americanos chega a sugerir que o imperador alemão poderia ser salvo em Cristo, se se arrependesse, mas mesmo assim sofreria com as leis humanas.
Fato é que o que Dante relatou na obra Divina Comédia, bem como os círculos infernais, parecem ter sido realizados pelo ser humano e suas guerras insanas. Os impérios, os extremismos, os fundamentalismos, os fascismos etc, tudo isso se somou e soma em finalidades de poder e dinheiro, o que não é muito humanista ou sustentável. Oxalá o futuro reserve um imperio de paz e de melhor divisão de riquezas, em que pecados de ganância, ira, luxúria e outros, não justifique a construção do dantesco entre nós, baseados em superstições e fanatismos, para que dê lugar ao Império do Espírito Santo, de paz e maior humanidade. O coração era de ferro, mas futuramente deve ser um coração de Cristo, de amor e amolecido, diferente do coração do faraó que dominava a época da Segunda Guerra. O Brasil parece ser um local melhor a esse império futuro, apesar de estar apenas nascendo.
Mariano Soltys, professor e advogado , autor do livro Séries e Filosofia