Bohemian Rhapsody
Dirigido por Bryan Singer, produzido por Graham King e Robert De Niro, e escrito por Justin Haythe e Anthony McCarten. Bohemian Rhapsody é uma cinebiografia de uma das maiores e mais icônicas bandas de rock da história - QUEEN.
Devo dizer que eu conheço pouca coisa a respeito do Queen e consequentemente do Freddie Mercury. Conheço o que todo mundo conhece, como suas mais clássicas letras e as partes da história da vida de Freddie até sua morte. Até por isso, eu fui ao cinema com bastante expectativas sobre o filme, e de certa forma eu estava esperando que o longa me proporcionasse uma grande aproximação de todos os fatos e relatos que fez o Queen chegar aonde chegou e, consequentemente, conhecer a história da vida (do início ao fim) de Freddie Mercury de uma forma bem mais abrangente. Mas não foi bem isso que aconteceu!
O longa é uma biografia musical belíssima, com uma vibe e uma energia incrível, é impossível não se contagiar com toda magia que o filme te proporciona. Eu sou um apaixonado por música, pelo Rock and roll, então poder acompanhar um filme sobre o Queen e sobre o Freddie Mercury é algo único. Gostei muito da forma como foi passada cada parte da trajetória do Freddie e da banda (por mais curto que possa ter sido), gostei ainda mais das partes dos shows e principalmente da apresentação no Live Aid - essa parte é o ponto alto de todo filme, sem dúvidas.
Porém: devo destacar o roteiro de Anthony McCarten, que na minha opinião, é a parte mais falha de todo filme. Para uma pessoa que não conhece o Queen (assim como eu), depois de assistir ao filme pouca coisa irá mudar em seus conhecimentos sobre a banda. Eu fiquei um pouco confuso com o roteiro, com a forma como ele ia contando a história do Freddie Mercury junto com a banda. Eu achei muito corrido (e olha que o filme é longo), muito vago, muito raso, sem fluidez. Eu esperava alguma coisa sobre o início da vida de Freddie Mercury e suas origens, como ele aprendeu cantar, mais do seu relacionamento com sua família, alguma coisa nesse sentindo.
Gostaria de mais atenção do roteiro sobre as passagens do filme, sobre suas músicas mais icônicas, como foi a criação das letras e suas inspirações. Poderia ter divido o foco com os integrantes da banda e não somente em Freddie Mercury. Grandes letras que falam diretamente sobre todas as dificuldades enfrentadas por Freddie foi deixada de lado, sem a devida atenção. Não sei qual era o verdadeiro propósito do roteiro de Anthony McCarten, mas acredito que não era focar com mais detalhes na homossexualidade e na morte de Freddie Mercury - outra parte que também senti falta no filme. Enfim, muitas coisas foram deixadas de lado sobre o Queen e sobre Freddie Mercury.
Pelo pouco que conheço sobre Freddie Mercury, devo aplaudir de pé o ator Rami Malek!
Rami Malek é praticamente o Freddie Mercury, ele entrou no personagem com uma grandeza invejável, uma entrega sem igual. Uma atuação segura, forte, corajosa, onde podíamos notar todos os seus trejeitos e facetas, chegando ao ápice no show do Live Aid, onde Rami Malek dá um verdadeiro show no palco. Nessa cena em específico podemos notar a paixão e a felicidade que Malek atua, podemos ver em seus olhos toda a sua realização em cena. Rami Malek está indicado ao Globo de Ouro 2019 na categoria Melhor Ator de Filme - Drama, e digo mais, pelo seu trabalho apresentado em Bohemian Rhapsody ele tem tudo pra estar entre os indicados ao Oscar 2019.
Devo destacar os outros integrantes do Queen, que mesmo não sendo o foco do roteiro e consequentemente tendo menos tempo de tela não fizeram feio, pelo contrário, estiveram bastante formidáveis. Gostei muito de Lucy Boynton, que fez Mary Austin, a namorada e companheira da vida de Freddie Mercury. Foi muito interessante acompanhar o envolvimento inicial de Freddie com Mary, e a partir daquela cena em que Freddie diz para ela que é homossexual, ela toma uma postura diferente, se mostrando uma verdadeira companheira e amiga pra vida toda.
Não posso deixar de mencionar a trilha sonora de Bohemian Rhapsody, que mesmo sendo um filme onde a música é quase 100% presente, o compositor John Ottman soube usar esse fato ao seu favor e nos entregar uma trilha sonora memorável. A fotografia também é outro ponto alto do filme, assim como todos os arranjos dos cenários e detalhes muito bem encaixados e observados dos anos 70 e 80. O longa está indicado ao Globo de Ouro 2019 na categoria Melhor Filme - Drama.
Bryan Singer nos entrega um drama biográfico excelente (mesmo com alguns probleminha de roteiro), que nos fez viajar e nos imergir dentro da história do Queen e do Freddie Mercury - esse ícone da música que será lembrado até os fins dos tempos. [15/12/2018]