Comparar franquias é sempre algo complicado diante de várias nuances que circulam em torno de um filme. No caso de Jogos Vorazes, dez em cada dez comentários sobre a produção acabam por compará-la a Harry Poter e Crepúsculo. No entanto, Jogos Vorazes não merece ser comparado (apesar de também ter saído dos livros). Primeiro por ser um filme muito mais emocionante e interessante do que Crepúsculo. Segundo: não tem capacidade de chegar aos pés das aventuras do bruxinho Harry.
Jogos Vorazes é um filme capaz de prender sua atenção do começo ao fim. Traz uma crítica nítida à sociedade midiática dominada pelo poder televisivo e abre brechas para discutirmos sobre a falta de mobilização que culmina com jovens dizimados e um governo autoritário.
Porém, como filme de ação, ainda falta muito para ser convincente. As cenas de lutas poderiam ser melhor trabalhadas, os personagens são mal explorados e grandes combates e perseguições poderiam ter enriquecido o filme. A sensação que se tem é de que os próximos (é um trilogia) têm tudo para avançar em termos de qualidade, mas o primeiro, apesar de seus méritos, ainda está longe de merecer destaque entre os blockbusters de ação.