“Eu sabia para onde estava indo meu salário”: Atriz de Chiquititas comenta relação com pais durante a gravação da novela (Entrevista)
    Victor Viana
    Victor Viana
    -Redator
    Jornalista, curioso e sempre ligado em tudo o que acontece na TV. Um sonho? Ter o maior número de referências possíveis.

    Para Giulia Garcia, a relação com a família foi o grande diferencial para crescer de forma saudável dentro de um set.

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    Os irmãos Giulia Garcia e Renan Ribeiro, convidados do mais recente episódio do Podcast do AdoroCinema, o OdeioCinema, conversaram com Amanda Brandão sobre suas respectivas carreiras como atores mirins. Durante o papo, eles destacaram a importância de uma família consciente e presente durante todo esse processo, a fim de evitar problemas maiores na vida adulta das crianças que começam cedo no entretenimento.

    Giulia Garcia estreou na TV em comerciais e fazendo pequenas participações em novelas, como Cordel Encantado, quando atuou ao lado do próprio irmão. Porém, foi na segunda versão de Chiquititas, do SBT, que a atriz ganhou mais projeção. O ano era 2013, e Giulia tinha apenas 10 anos de idade. Mesmo que, na época, não entendesse muita coisa, hoje reconhece que sua relação com os pais foi fundamental nesse início de carreira.

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    “Tem uma coisa que é muito importante para uma criança mirim, que são os pais. Se você não tem uma estrutura familiar na sua casa para te 'brecar', para virar e falar: ‘Oh, calma lá. Não é porque você faz sucesso, que as pessoas te conhecem, que você trabalha, que você é dono do seu nariz’”, iniciou a atriz.

    No entanto, ela também acredita que os pais precisam respeitar a criança e o seu trabalho. “Na época da novela, eu sabia para onde estava indo o meu salário. Eu sabia que precisava morar em São Paulo, e que minha mãe precisava usar o meu salário para ajudar a gente em casa [...] Então, assim, eu sabia as coisas que aconteciam”, pontuou.

    Para Giulia, os pais precisam orientar seus filhos. “Porque a criança não tem culpa do que está acontecendo, um adulto precisa estar ali”, comentou. A ex-atriz mirim acha que os responsáveis não podem deixar a criança acreditar que a vida está feita porque está trabalhando em uma novela, e que o estudo deve ser sempre uma orientação.

    Eu acho que [é importante] essa disciplina, de mostrar que nem tudo é tão fácil. E não é porque você teve sorte, que você não precisa fazer nada com essa sorte que teve

    E quando a diversão vira responsabilidade?

    Renan Ribeiro também começou sua carreira de artista muito cedo, cantando em um grupo infantil, mas a virada de chave aconteceu aos 10 anos, quando estreou em Alma Gêmea (2005) e, logo depois, participou de O Profeta (2006) - ambas novelas de muito sucesso da TV Globo, que o eternizaram no imaginário popular.

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    O ator lembra dessa época com muito carinho, mas reconhece que muitos ex-astros mirins enfrentam dificuldades justamente na transição da juventude para a vida adulta. “Acho que isso ocorre porque, quando crianças, não temos tantas responsabilidades ao fazer dramaturgia, mas, na fase adulta, isso se torna trabalho, e muitos não conseguem assimilar essa mudança”, observou.

    Para Renan, muitas pessoas se frustram durante esse processo. “O que era muito divertido, um conto de fadas, um mundo encantado, agora vira trabalho, vira obrigação. E é dessa forma que você vai precisar ganhar sua vida. Talvez essa frustração, essa virada de chave, mexa um pouco com a cabeça das pessoas”, completou.

    Assista à entrevista completa com os irmãos:

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