"A pior dor do mundo": Há 33 anos, Christiane Torloni viveu uma tragédia – e, no momento mais doloroso, uma mensagem acalmou seu coração
    Marianna Feiteiro
    Marianna Feiteiro
    -Redatora
    Jornalista que adora descobrir curiosidades e novidades (fofocas), fã do bom humor e encantada pelas expressões culturais.

    Depois de tudo o que aconteceu, a atriz decidiu se afastar do Brasil por três anos, mudando-se para Portugal.

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    “Dizem que, na escala das dores, essa é a pior do mundo.” A declaração, dita pela atriz Christiane Torloni em uma entrevista à revista Vogue, se refere à tragédia que atingiu a sua família em 1991: a morte de seu filho Guilherme.

    Christiane casou-se com o renomado diretor de novelas Dennis Carvalho em 1977, e como fruto da relação, tiveram filhos gêmeos - Guilherme e Leonardo. Quando os meninos tinham apenas 12 anos, um acidente de carro mudou suas vidas.

    Christiane e as crianças estavam em uma caminhonete quando a atriz fez uma manobra equivocada na garagem de casa. O carro, então, despencou de ré em uma ribanceira de 4,5 metros, causando ferimentos leves em Christiane e Leonardo. Guilherme, no entanto, sofreu traumatismo craniano e não resistiu.

    Ligação de ator confortou o coração da atriz

    Logo após a morte de Guilherme, uma ligação inesperada do ator Carlos Vereza ajudou a tranquilizar Christiane. Ele, que se converteu ao espiritismo após sofrer um acidente de trabalho na TV Globo (um efeito especial que comprometeu sua audição), é médium.

    "Eu me lembro que talvez o primeiro telefonema que eu atendi tenha sido o de Carlos Vereza, pedindo para falar comigo porque havia uma comunicação que precisava ser passada para mim. Não do meu filho, Guilherme, mas do estado em que ele estava. [A mensagem dizia] que eu deveria me acalmar e me tranquilizar", contou a atriz ao programa Encontro, da TV Globo.

    Divulgação/TV Globo

    "Se eu posso dar um conselho, é que a gente abra o coração, porque nem todas as pessoas, dentro do seu desespero, se permitem ouvir nessa hora. E tem sempre alguém que vai trazer uma mensagem, que pode vir de uma pessoa muito inesperada. E ouvir isso [é importante] porque acalma o coração e, às vezes, evita que a pessoa cometa uma loucura.", completou.

    Na época, a atriz precisou se resguardar

    TV Globo

    A atriz contou, em entrevista ao programa Conversa com Bial, que, após o ocorrido, percebeu que as pessoas próximas tentaram animá-la. No entanto, ciente da necessidade de viver o luto, ela sentiu que isso não estava lhe fazendo bem.

    Eu fui criada de uma maneira para não temer grandes emoções, e o luto faz parte da nossa vida. A gente não tem que ter vergonha (...) Eu precisei me recolher

    “Então, quando o ‘raio caiu’, eu percebi que, até por amor, as pessoas que estavam à minha volta queriam que eu ficasse boa de alguma forma. (...) Eu fui levada para um show, dois meses depois [do ocorrido], e eu pensei: ‘Eu vou morrer aqui dentro.’”

    Foi então que Christiane decidiu se mudar para Portugal com seu filho, Leonardo Carvalho (que, mais tarde, seguiria os passos da mãe e se tornaria ator). "Nós fomos tentar juntar as nossas pecinhas, ficar muito mais juntinhos", contou a atriz a Pedro Bial.

    Em terras lusitanas, onde permaneceu por três anos, o trabalho deu a Christiane as forças necessárias para seguir em frente, tanto na vida pessoal quanto na profissional. “Eu voltei ao palco porque percebi que era o único caminho de volta. A arte realmente cura, mas você precisa abrir espaço para ela.”

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