The White Lotus
EUA, 2021 (HBO) - 1a temp.
Um resort de luxo recebe um grupo de turistas, para passar uma temporada em suas exóticas acomodações, de frente para o paradisíaco mar do Havaí. Em princípio o que se vê, são pessoas demandando dos solícitos funcionários, mimos e pedidos dispensáveis.
A vidinha fútil é apresentada de forma exagerada, farsesca e cômica. Chega a levantar no espectator uma certa compaixão por alguns dos personagens, como a controversa Tanya. Mas não se enganem!
A equipe do resort circula quase invisível, sendo notada apenas, quando um rico ou outro quer uma regalia. Alguns empregados, equivocadamente chegam a supor que são importantes para aqueles hóspedes. Não são, não.
Os hóspedes envoltos em seu próprio mundo, discutem a vida, sob sua ótica privilegiada. As jovens Olívia e Paula parecem militar (mas só em causa própria) e não se importam. Indignam-se, enquanto usufruem da boa comida e bebida proporcionadas pela mãe milionária de Olívia.
Nem mesmo Paula menos favorecida, faz diferença. Adaptada ao mainstream, ela chega a ensaiar uma revolta, que não acontece e ainda prejudica um suposto namoradinho local, de quem ela parecia gostar. Falta vontade real para sair da subjugação confortável de que desfruta.
O grande entrave da história entretanto, é o insuportável, infantilizado e grosseiro Shane. Por conta de uma reserva trocada, ele inferniza a vida da mulher Rachel, com quem está em lua de mel e do atormentado Gerente Armond. Uma raiva que cresce em proporções absurdas, com uma motivação frívola e irrelevante, aliás, como quase todas as outras crises dos hóspedes sem noção. Esse clima tenso e desfavorável causa um caos e tem consequências ruins (funcionários). Algumas são boas. Só para os turistas...
Mesclando diversão, baixaria e uma discussão discreta, porém relevante e necessária sobre a sociedade e suas vantagens, White Lotus convence e interessa.
O único que parece passar por uma mudança curiosa em sua história é o adolescente Quinn. Antes mimado e preocupado só com os games e o celular, ele se encanta pelo lugar e as pessoas "subalternas" que ninguém do elenco enxergou.
Término assustador, sem no entanto abalar a turma dos hipócritas endinheirados.