"A segunda temporada de Loki nos dá indícios de que o MCU ainda tem um futuro promissor"
Loki, um personagem que foi introduzido no filme Thor, conseguiu se tornar um dos favoritos entre os fãs, trilhando uma jornada longa e fascinante. Principalmente por seu carisma e imprevisibilidade, o que tornou um personagem cativante.
Atualmente, o MCU passa por um período desafiador. Nos últimos anos, alguns de seus projetos foram decepcionantes, e uns parecem desnecessários para o que está por vir. Um dos maiores desafios é a cultura da expectativa, na qual os fãs frequentemente antecipam eventos épicos, como em Ultimato, e acabam se decepcionando. Loki conseguiu surpreender, pois não prometeu muito e entregou uma experiência satisfatória.
Qual a História da 2ª temporada de Loki?
Na segunda temporada de Loki, acompanhamos as consequências da batalha pela alma da Autoridade de Variância Temporal. Em uma nova e perigosa jornada, o Deus da Trapaça( Tom Hiddleston) navega por um Multiverso em constante expansão. Na companhia de Mobius( Owen Wilson), Hunter B-15( Wunmi Mosaku), novos e antigos recrutas, o grupo busca o paradeiro de Sylvie( Sophia Di Martino), Juíza Renslayer(Gugu Mbatha- Raw) e Senhorita Minutos( Tara Strong), enquanto tentam compreender o verdadeiro significado de possuir livre-arbítrio e a verdade sobre ter uma jornada gloriosa.
O roteiro é bom. Começando exatamente onde a primeira temporada terminou e expande a narrativa ao introduzir novos conceitos sobre tempo. Desde da primeira temporada foi apresentado o universo das linhas do tempo, variantes e Multiverso, e agora amplia ainda mais esse mundo, detalhando suas regras. Um novo personagem crucial e fascinante é introduzido, chamado Ob( Ke Huy Quan), que cativa o espectador desde o primeiro momento em que aparece com sua inteligência e ajuda significativa na jornada de Loki. A relação entre Mobius e Loki também é um destaque importante, desempenhando um papel crucial no arco narrativo desses dois personagens. Essa amizade transforma profundamente ambos.
Outro ponto alto é a relação de Loki com vários personagens, que se tornam seus aliados. Após 12 anos no MCU, esta foi anunciada como a temporada final, embora não saibamos se foi a última vez que veremos Loki, a conclusão do seriado é satisfatório e destaca um dos melhores arcos narrativos deste universo que é o do personagem Loki.
Apesar de ser bom, o roteiro apresenta algumas falhas, como a personagem Renslayer, que não é bem explorada e some em determinado momento, aparecendo novamente apenas no final em uma cena que revela pouco, mas que provavelmente será importante no futuro. A participação de Kang é um tanto decepcionante, apresentando uma versão não ameaçadora, quando ele era jovem, antes de construir a AVT. Isso pode ser uma estratégia para tornar o personagem mais agradável antes de uma versão mais ameaçadora ser apresentada no futuro.
Outro ponto negativo é a personagem Sylvie, que teve destaque na primeira temporada, mas acaba perdendo um pouco relevância, não sendo tão crucial quanto antes.
A direção de arte da série é bem executada. A maior parte da trama se desenrola na AVT, que se assemelha a um grande edifício com vários andares. A narrativa concentra-se principalmente na sala do loop temporal, um local com uma parede de vidro que revela um colorido loop do lado de fora. Além desse ambiente central, exploramos outros locais ao longo da linha do tempo, como no episódio 3, em que Loki e Mobius viajam para o passado, apresentando uma cidade bem representada que transmite uma atmosfera autêntica.
Os figurinos dos personagens são bem escolhidos. Loki veste uma camisa com gravata, Mobius usa um terno marrom, e Ob utiliza um macacão que ressalta sua função como um tipo de mecânico na AVT, alguém que compreende como as coisas funcionam no local. Sylvie opta por um casaco sobre sua tradicional roupa de Loki.
A direção de fotografia é bem executada. Na AVT, a iluminação segue o padrão típico de prédios e ambientes fechados, utilizando luzes brancas. Já na sala do loop temporal, a iluminação provém diretamente do loop, apresentando uma luz forte e marcante, destacando-se como um elemento distintivo.
Os enquadramentos são adequados e atendem às necessidades do roteiro. Os planos fechados são empregados nos momentos mais emocionantes, buscando transmitir os sentimentos dos personagens. A inclusão de planos americanos é eficaz para mostrar a postura de Loki, muitas vezes relaxado com as mãos nos bolsos. A equipe opta em vários momentos, incluir movimentos de câmera, intensificando o impacto de certas cenas. A escolha estratégica desses movimentos dinamiza efetivamente as sequências.
A edição é bem realizada. A montagem confere um ritmo envolvente à narrativa, alternando entre cortes mais rápidos e cortes mais longos. Em diversos momentos, os movimentos de câmera resultam em cortes mais extensos que se integram de maneira eficaz, sem comprometer o ritmo.
A trilha sonora é boa e marcante. Ela desempenha um papel crucial na criação da ambientação e atmosfera da série, transmitindo uma impressão de mistério. Além disso, em situações de perigo, a trilha adota uma tonalidade tensa que reforça a iminência do perigo e a gravidade dos acontecimentos.
Os atores trabalham bem, destacando principalmente Tom Hiddleston, Owen Wilson e Ke Huy Quan. Tom Hiddleston interpreta Loki há cerca de 12 anos e está muito familiarizado com seu papel. Mesmo com as mudanças no personagem, Hiddleston consegue preservar o jeito, carisma e estilo cativantes que os fãs adoram em Loki. Owen Wilson também oferece uma atuação sólida e estabelece uma excelente química com Tom Hiddleston, Ele retrata Mobius de maneira envolvente, trazendo à tona as nuances do personagem. Ke Huy Quan tem uma performance sólida, sempre se destacando em cena, seja por momentos de sabedoria, fofura ou comédia.
A série conta com diferentes diretores, sendo Justin Beason e Aaron Moorhead os responsáveis pela direção da maioria dos episódios. Trabalhando em conjunto, eles conseguem contar de forma eficaz a história de Loki, entregando uma série visualmente impressionante.
Bem, Loki é uma série muito boa, apresentando um ótimo final e uma trama envolvente, não sendo apenas um prelúdio para eventos futuros. Tudo indica que o MCU continuará explorando a temática de linhas do tempo e Multiverso. Loki deixa os espectadores esperançosos em relação ao futuro do MCU.