Parece uma verdade universal. O ensino médio é uma porcaria em qualquer lugar do mundo. Mas é uma época que sempre rende boas séries e filmes. Um exemplo é essa produção da TV Espanhola, da Catalunha, para ser mais preciso, chamada MERLÍ.
Merlí é o nome do protagonista da série, o professor de filosofia Merlí Bergeron, que começa a dar aula em uma escola de ensino médio de Barcelona. Provocador, usa métodos de ensino bastante heterodoxos pois incentiva seus alunos a pensar livremente. Ele chama seus alunos de “peripatéticos”, em alusão a escola aristotélica. Cada episódio tem o nome de um filósofo que é a linha condutora do episódio. Merlí acaba criando uma grande relação com seus alunos e passa a ser amigo, confidente e líder.
Na sala de aula há o rebelde, a rebelde, a certinha, o menino rico, tem gay enrustido, tem gay assumido, tem bissexual, tem de tudo além das dezenas de problemas familiares. É nesse universo heterogêneo que Merlí desfila os filósofos e apresenta o pensamento de cada um.
Não, você não se aprofundará sobre filosofia assistindo a série. Os conceitos são bastante básicos. O interessante da série é como o pensamento filosófico pode ter intersecção com o mundo real e não ficar preso apenas na esfera acadêmica.
Por seu jeito muito peculiar de dar aula, eu imagino que os defensores da Escola Sem Partido teriam comichão já no primeiro capítulo, já que eles são defensores de uma escola que não pensa.
Um importante aviso. Você não estará assistindo uma série americana.Então o formato, a velocidade e o estilo serão diferentes. Abra a sua mente e assista sem preconceito. A série, por se passar em Barcelona é extremamente política em relação a independência da Catalunha e boa parte dos diálogos são em Catalão. A série também é cheio de dramas, alguns dramalhões, mas lembre-se que é uma sociedade latina e você deve adorar ver novela, então relaxe e assista.