Recebida pelo público como "O" fenômeno televisivo espanhol, a série LA CASA DE PAPEL traz um grupo de oito desconhecidos envolvidos no audaz plano de invadir e roubar um vultoso amontado de verdinhas na casa da moeda espanhola. Embora o planejado não seja novidade em grandes produções do cinema, o carisma e o improvável sustentam a série de forma curiosamente interessante.
Tendo como alicerce um plano mirabolante elaborado com toques de estratégia impressionantes, o roubo em si não se fortalece pela maneira executada ao longo série, por isso os roteiristas apostam na potencialidades de seus intérpretes em criar personagens senão únicos, mas capazes de manter o expectador torcendo pelo grupo, com suas devidas observações. Há de tudo um pouco, desde o drama entre pai e filho, a mulher mal amada, a mãe que não conseguiu manter o filho aos seus cuidados, o ladrão incompreendido e todo um festival de clichês que acabam sendo bem utilizados nesta obra oriunda do velho continente. Não que isso seja um fenômeno narrativo, longe disso, mas é capaz de entreter de forma casual e as vezes até charmosa.
Como nem tudo são flores, LA CASA DE PAPEL possui um amontoado de situações que beiram o improvável e, dependendo de quem assiste, o inaceitável; são diversas situações que foram roteirizadas e pronto, não precisa de sentido ou coerência, desde que venha para entreter. É um conceito frívolo perto da fama que a série atingiu, mas pelo bem ou pelo mal, diverte.
Aquele que poderia ser considerado um plano infalível e brilhantemente arquitetado, tanto pela Netflix quanto pelo estúdio espanhol Vancouver Media, mostra-se mais divertido do que coerente. A série funciona para quem pouco espera de algo sensato, mas admite entretenimento simplificado e casualmente envolvente.