A chegada de um misterioso homem nas terras selvagens atrai atenção dos barões ainda restantes. Conhecido como o Peregrino (Babou Ceesay), o indivíduo chega com a proposta de um ser messiânico, responsável por criar uma ideologia calcada em algo próximo do fascismo. Tendo como aliados grandes lutadores, Peregrino atrai a atenção das grandes líderes Viúva (Emily Beecham), Lydia (Orla Brady) e Chau (Eleanor Matsuura), que precisarão buscar alianças para tentar se manter em suas posições, mesmo que o duelo seja por confiança, espaço ou meramente status. Em paralelo, Sunny (Daniel Wu) tem ajuda do simpático Bajie (Nick Frost) para identificar os interesses por trás da chegada do Peregrino ao mesmo tempo que busca salvaguardar o que resta do passado.
Estendida para 16 episódios e dividida em duas partes de 8, INTO THE BADLANDS tem em sua terceira temporada muito conteúdo para deleite dos admiradores deste seriado fantasioso em cena mas tão realista em sua essência. A continuação da história tem uma boa extensão e traz diversas explicações sobre a cidade perdida conhecida como Azra, incluindo aí como estão relacionados os personagens de Sunny, Peregrino e alguns responsáveis para fatídica queda da lendária cidade, mostrando muitos flashbacks para tecer uma rede destrutiva que desencadeou o fim do proeminente complexo.
Assim como nas temporadas anteriores, temos a presença de um grandioso elenco, sendo boa parte deles afinadíssimos e com boa presença na narrativa. Evidente que, além dos protagonistas, alguns tem seus destaques, caso de Nathaniel Moon (Sherman Augustus), Tilda (Ally Ioannides) e Nix (Ella-Rae Smith), sendo estes responsáveis também pelo desenrolar de subtramas que se ajustam à narrativa principal num fluxo nem sempre coeso, cujo resultado geralmente não implica em grandes problemas.
Anunciada como a última temporada, essa terceira traz consigo toda a beleza de seus figurinos e maquiagens repletos de estilo, misturando elementos que abusam de cores fortes associadas a adereços que enriquecem cada um dos personagens em cena. Como não deveria deixar de ser, os embates estão de volta, carregados do mais puro exagero, deliciosamente aplicado para ser fantasioso sem jamais soar cafona ou rudimentar; as coreografias sempre trazem consigo uma agilidade ímpar, seja nos embates corpo a corpo ou com uso das mais variadas armas brancas, tudo em prol do entretenimento.
Apesar do desfecho irregular que, se prosseguisse em uma eventual quarta temporada, tenderia a ir para um lugar comum já tão explorado pela 7ª arte. De certa forma soa controverso o final da série, mas pelo menos conclui alguns arcos que se perderam, tais como os que envolvem M.K., Tilda e Bajie, levando a um final, senão épico (algo que certamente não foi), mas coerente com a proposta sempre fantasiosa deste ótimo seriado produzido pela AMC.