Com um elenco talentosíssimo, Unbreakable Kimmy Schmidt é mais um resultado triunfal da brilhante parceria de Tina Fey e Robert Carlock, conhecidos principalmente pelo aclamado 30 Rock.
Depois de quinze anos após raptada, privatizada e transformado-se em membra de uma seita apocalíptica, Kimmy Schmidt, junto às outras três reféns, são libertadas. Porém, todo o tempo que perdeu nesse fatídico episódio constroem uma enorme influência na vida de Schmidt após sua saída, o que ocasiona a ele alguns problemas como: emprego, dinheiro, casa.
O primeiro episódio é um dos mais estranhos, por que tudo acontece muito rápido. Mas não deixa de ser engraçado e igualmente prazeroso. Só a partir do segundo é que você começa a compreender o conceito criativo de toda a série, incluindo a sátira subversiva e o humor afiado, já presentes no trabalho anterior de Fey (e seu mais, repetindo, conhecido) 30 Rock. Desta vez, Tina não atua, o que possivelmente não funcionaria, já que quebraria aquela imagem mais séria e contundente que ela passa nos seus personagens.
Ellie Kemper, no papel de Kimmy, é divertidíssima. Eu ainda acredito que poderia ter uma escolha melhor para o papel, no entanto, como no momento Kemper é uma das comediantes de mais sucesso e agraciação, a personagem caiu-lhe bem. Gostei da performance de Tituss Burgess, na interpretação de Titus, o companheiro de quarto de Kimmy, que confesso: me fez rir muito.
É claro, também contando com participações extras, como a de Carol Kane, já idosa, mas ainda ativa. Um roteiro estratégico e verossímil, assinado por Fey, Carlock e Burditt. Uma direção bem instintiva, cheia de pontos e conflitos altos. A série é bem incomum, de fato, mas é uma delícia. Tina Fey continua satirizando como sempre, aqui de uma maneira um pouco menos rígida e com um objetivo bem mais comercial, já que a série é transmitida pela Netflix (a NBC cancelou a exibição da série), impossibilitando àqueles que não tem acesso ao canal pago da internet de assistir, o que meio a limita de favorecer todo o sarcasmo dos diálogos e a marcação do roteiro, coisas que eu gostava bastante de 30 Rock.
Comédia americana é coisa de louco mesmo. Até por que cada episódio é bem mais complexo do que o outro, afinal, as opções limitam-se. Hoje em dia há uma variedade de produções televisivas, principalmente comédias, no circuito da mídia, o que me alegra. Unbreakable Kimmy Schmidt aborda o cotidiano num humor mais fácil, suave, simbólico, mas ainda liberal, concreto e agradável. São as novas comédias. Sempre é necessário usar alguns artifícios mais carinhos e deixar aquela expressividade monumental de lado, pois nem sempre todos querem comprá-la. Mesmo não sendo daquele estilo Fey cem por cento, eu comprei Unbreakable Kimmy Schmidt. Quem admira o trabalho da comediante americana, tem uma aprovação garantida, da sua, mais uma vez, competência genial.