Black Mirror é uma belíssima série que transporta os espectadores para um universo futurista repleto de reflexões provocativas sobre a interseção da tecnologia com a sociedade. Ao longo das quatro primeiras temporadas, a narrativa nos coloca de frente a episódios com histórias distintas e independentes, onde cada um explora um aspecto perturbador e inquietante da tecnologia. Dessa maneira, com um toque de distopia, a série aborda temas como o vício em redes sociais, a vigilância em massa, a dependência de dispositivos tecnológicos e a busca excessiva pela conexão humana.
Através sua abordagem única e muitas vezes sombria, a obra desvenda as consequências não intencionais e as facetas obscuras de inovações tecnológicas que, à primeira vista, parecem promissoras. Além disso, a produção se destaca pela capacidade de criar mundos que são ao mesmo tempo estranhamente familiares e profundamente desconcertantes e sempre com ótimas reviravoltas narrativas, que prendem nossa atenção, trazendo questionamentos éticos e dilemas morais que definitivamente dá vários nós na cabeça do público, embora, nem todos os episódios realmente sejam bons.
Nesse sentido, "Black Mirror" se estabelece, na maior parte do tempo, como um espelho crítico da nossa sociedade moderna, convidando os espectadores a confrontar suas próprias relações com a tecnologia e os desafios éticos que ela apresenta. No entanto, é preciso reconhecer que as duas últimas temporadas, a quinta e a sexta, deixaram muito a desejar, ao se afastar quase completamente da proposta inicial da série, perdendo toda sua essência e seu sentido narrativo, resultando em uma verdadeira decepção.