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    Roteiristas de Vai que Cola denunciam atores por “violência psicológica” após demissão de artista; Multishow abre processo para investigar caso
    Diego Souza Carlos
    Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

    Saída do escritor André Gabeh motivou equipe a escrever uma carta aberta apontando possíveis problemas da atração.

    A saída de um membro da equipe da série Vai Que Cola, do Multishow, abriu uma sequência de pronunciamentos de pessoas envolvidas no projeto sobre um possível ambiente conturbado nos bastidores do programa.

    Tudo começou após a demissão do escritor André Gabeh, motivada por, em tese, um descontentamento do elenco com o autor. O desligamento foi seguido de uma carta aberta da equipe de roteiristas do humorístico, na qual os trabalhadores apontam diversos problemas na condução da atração.

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    Os escritores apontam a motivação inicial deste manifesto: "escrevemos esta carta para nos solidarizarmos com o roteirista André Gabeh, demitido arbitrariamente a pedido de parte do elenco da série". Sobre André, o texto dos roteiristas aproveita para descrever o profissional como "um artista sério, competente, comprometido e que vinha sendo muito elogiado tecnicamente por toda a equipe, produtora Fábrica, Multishow e Globo, ao longo da temporada".

    Além disso, os colegas do roteirista destacam que ele, como "um escritor preto, gay e periférico" enriquecia a série com suas próprias vivências - "um dos poucos suburbanos escrevendo para personagens suburbanos." Apesar da competência apontada pelo grupo, o texto afirma que o autor vinha sendo "melindrado e diminuído" por parte do elenco.

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    Na sequência, ainda apontam as condições de trabalho, como "prazos apertados, ausência de personagens importantes, indisponibilidade do elenco para gravação" e descrevem a atmosfera de trabalho como um espaço de "apreensão e medo, pois os roteiros recebem diversas críticas infundadas e abstratas".

    Os roteiristas afirmam que não são contra críticas construtivas, mas "o que vem acontecendo é uma violência psicológica". "Amamos escrever para o "Vai que Cola", mas prezamos muito pela nossa saúde mental e abrir mão dela é inegociável. Esperamos mudanças para que o "Vai que Cola" se torne um lugar saudável e acolhedor não apenas para nós, mas para todos os roteiristas que virão depois e para todos os profissionais envolvidos nessa engrenagem."

    Vai que Cola
    Vai que Cola
    Data de lançamento 2013-07-08 | min
    Séries : Vai que Cola
    Com Catarina Abdalla, Cacau Protásio, Marcus Majella
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    Assista agora em Globoplay

    Eles concluem afirmando que “existem pessoas no elenco que nada têm a ver com isso, cumprindo suas funções com brilhantismo, profissionalismo e cordialidade”.

    Repercussão e resposta da Multishow

    A atriz Cacau Protásio se manifestou sobre o caso. Em uma publicação em seu perfil no Instagram, a artista afirmou que "como qualquer outro funcionário da empresa, eu não tenho o poder de demitir e nem de admitir ninguém, a Rede Globo e o Multishow são duas empresas grandes e só elas podem tomar qualquer decisão em relação ao assunto".

    Ela ainda acrescentou que lamenta muito "pela demissão de qualquer pessoa" e frisou que em qualquer projeto "cada peça exerce sua função e seu papel", acrescentando: "No caso específico dos roteiros, recebemos antes das gravações e neles não constam os nomes dos autores de cada episódio. É normal que ocorram adaptações por parte dos atores, para que possam ficar dentro da nossa embocadura."

    Enquanto isso, o Multishow abriu um processo interno para investigar. Abaixo, confira o comunicado da emissora:

    O Multishow está acompanhando atentamente o caso de roteiristas do Vai Que Cola que vieram a público relatar problemas de relacionamento com colegas de equipe e com o elenco do programa. Desde que tomaram conhecimento da situação, a produtora Fábrica, responsável pela produção, e as equipes da Globo responsáveis pelo conteúdo deram início a um processo de escuta com as lideranças criativas do programa, com o elenco e com os profissionais que relataram supostas situações de abuso. O Código de Ética da Globo estabelece que situações de discriminação e assédio não são toleradas. Quando denúncias desta natureza chegam ao conhecimento do canal, elas são devidamente apuradas e, conforme o caso, são feitos ajustes de processos e outras medidas corretivas.

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