Quando Jurassic Park chegou aos cinemas do mundo todo, em 1993, ninguém podia imaginar que o filme estrelado por Jeff Goldblum, Sam Neill e Laura Dern se tornaria uma referência no gênero da ficção científica – nem o próprio diretor, Steven Spielberg, que já havia comandado sucessos como Tubarão (1975), E.T. - O Extraterrestre (1982) e três filmes da franquia Indiana Jones. Fato é que a empreitada deu tão certo que ganhou uma sequência em 1997 e mais um terceiro longa em 2001.
Quase 30 anos se passaram desde a estreia, mas volta e meia são descobertos detalhes curiosos que passaram batido pelo público. É o caso dos sons emitidos pelos velociraptors e sua origem inusitada (e levemente obscena).
Estamos no final de Jurassic Park, e os netos do criador do parque, John Hammond (Richard Attenborough), estão fugindo dos dinossauros. Os irmãos Lex (Ariana Richards) e Tim Murphy (Joseph Mazzello) correm então para dentro da cozinha do complexo principal. Escondidos atrás de um balcão de metal, eles tentam desesperadamente escapar de um velociraptor que os seguiu até ali.
Em uma sequência antológica, o réptil pré-histórico consegue abrir a porta do espaço, avança um ou dois passos, levanta a cabeça na vertical e solta três gritos estridentes para convocar reforço.
Jurassic Park: Atriz reprova romance entre protagonistas no primeiro filme por problema que passou batido nos anos 90Se os fãs da obra de Spielberg reconhecem o rugido com facilidade, provavelmente nunca ouviram falar de como foi feito. Talvez seja melhor assim… Afinal, como revelou o famoso engenheiro de som Gary Rydstrom à Vulture, o efeito sonoro nada mais é do que tartarugas reais em plena atividade sexual!
"É bastante constrangedor, mas quando os raptores ladram uns para os outros para se comunicar, são tartarugas fazendo sexo. São tartarugas acasalando!", contou ele, explicando que captou o "grito" no antigo Marine World, parque de diversões na Califórnia que agora se chama Six Flags Discovery Kingdom.
"As pessoas lá perguntaram: 'Você gostaria de gravar essas duas tartarugas que estão copulando?' Parecia uma piada, porque as tartarugas podem copular por um longo período", continuou Rydstrom.
Ainda para a Vulture, o profissional admitiu que também usou barulhos de cavalo e ganso para dar voz aos velociraptors. Quanto aos gritos da manada de gallimimus, no meio do filme, devemos novamente aos animais que transformam seus instintos naturais em brados retumbantes!
Jurassic Park: Gravações de clássico dos anos 90 quase foram comprometidas por incidente com dinossauro"Lembro-me de gravar uma égua. O cavalo macho veio bem ao lado dela, e a égua chorou porque estava no cio. E esse é o grito que os gallimimus fazem quando passam e o mesmo que um deles faz quando é comido por um T-Rex", esclareceu Rydstrom.
"Um dos elementos-chave usados para os gritos das aves de rapina foi um golfinho macho no cio, então há uma espécie de leitmotiv", completou o engenheiro de som, referindo-se à uma técnica musical que consiste na repetição de uma frase sempre que se trata de um personagem ou assunto específico.
Vale lembrar que a produção de Spielberg arrecadou mais de US$ 1 bilhão em bilheteria e recebeu três indicações ao Oscar de 1994: Melhor Som, Melhor Edição de Som (hoje incluída na anterior) e Melhor Efeitos Especiais/Visuais. Ganhou nas três categorias.
Para os saudosistas, fica a dica: os dois primeiros filmes da trilogia Jurassic Park estão disponíveis no catálogo do Telecine/Globoplay, assim como Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros.