Army of the Dead na Netflix e outras produções sobre zumbis inteligentes

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas estreou na última sexta-feira (19) no catálogo da Netflix e empolgou certa parte do público com muitas cenas eletrizantes de ação e violência. O filme agradou os fãs de Zack Snyder e os entusiastas do subgênero por trazer zumbis um pouco diferentes do que estamos acostumados: criaturas mais rápidas e ameaçadoras que não são motivadas apenas pela necessidade de se alimentar.

Na última década, filmes e séries sobre zumbis se tornaram cada vez mais populares entre o público, levando milhões de pessoas a maratonar produções televisivas ou ir aos cinemas. Produções como The Walking Dead reacenderam de vez o interesse das pessoas no tema e impulsionaram dezenas de novas obras focadas nos mortos-vivos. Algumas com uma pegada mais cômica, outras mais dramáticas, mas todas com uma coisa em comum: muito sangue e violência explícita.

Mas com tantas obras sobre zumbis por aí, as produções mais recentes tiveram que se reinventar e trazer algo um pouco diferente para manter a atenção do público. E uma convenção que vem se popularizando é o zumbi inteligente.

Mas será que esse tipo de morto-vivo é novidade no cinema e na televisão? O AdoroCinema responde essa dúvida e escolhe alguns filmes e séries que, assim como Army of the Dead, apresentam essas criaturas de maneira até mesmo humanizada.

DIA DOS MORTOS

O diretor George A. Romero é considerado o pai do zumbi moderno. Ele estabeleceu diversas convenções mais conhecidas do subgênero e influenciou todas as obras que vieram depois de seu revolucionário filme A Noite dos Mortos-Vivos de 1968. E com os zumbis inteligentes não poderia ser diferente. Em Dia dos Mortos, de 1985, ele foi um dos primeiros a explorar a ideia de mortos-vivos serem capazes de desenvolver consciência e se comunicar com pessoas.

No filme, o cientista Dr. Logan (Richard Liberty) faz uma série de experimentos para tentar “acordar” a humanidade do zumbi Bub (Sherman Howard). Aos poucos, ele consegue que o morto relembre comportamentos de quando era vivo e demonstre certo nível de consciência humana. Assim como as outras produções de Romero, Dia dos Mortos foi extremamente influente, servindo de referência para séries como The Walking Dead.

SANTA CLARITA DIET

Estrelada por Drew Barrymore, a série da Netflix trouxe uma protagonista zumbi 100% humanizada que conseguiu manter uma vida quase normal, com apenas uma exceção: ela precisa comer carne humana para sobreviver. Do contrário, seu corpo começa a decair até se decompor completamente.

Santa Clarita Diet não revolucionou as histórias sobre zumbis, mas construiu um universo extremamente rico para explicar a infecção de sua personagem principal e se tornou uma das séries de zumbi mais interessantes dos últimos anos. A comédia traz muito gore e um senso de humor ácido que agradou os fãs, mas infelizmente não atraiu um público amplo e foi cancelada após apenas três temporadas.

MEU NAMORADO É UM ZUMBI

Baseado no livro Sangue Quente de Isaac Marion, Meu Namorado é um Zumbi trouxe um sopro de novidade ao gênero, explorando o improvável relacionamento entre uma humana e um morto-vivo. No filme, R (Nicholas Hoult) é um zumbi que, embora se comporte por puro extinto, tem consciência parcial do que faz, mas não tem controle sobre suas ações, vagando e se alimentando compulsivamente.

Quando conhece a humana Julie (Teresa Palmer), começa a ter sua humanidade restaurada aos poucos enquanto se apaixona por ela. Assim, R inicia uma jornada de volta à condição humana, provando que os zumbis não são apenas monstros inconsequentes. O filme está disponível no catálogo do Amazon Prime Video.

IN THE FLESH

Lançado em 2013 pela BBC, o drama britânico acompanha um mundo pós-apocalíptico anos após o surgimento dos mortos vivos. Na série, os cientistas descobriram uma forma de curar os zumbis e inibir seus instintos canibais, assim os reintegrando à sociedade. Mas essa reintegração acaba sendo mais difícil do que esperado, pois os “ex-zumbis” não conseguem se adaptar facilmente ao novo mundo.

In The Flesh explora como as lembranças das atrocidades que cometeram atormentam os mortos reintegrados e como a sociedade alimenta um forte preconceito contra eles. A série funciona como uma alegoria ao tratamento de grupos oprimidos, utilizando os zumbis curados como uma comunidade marginalizada. Além de uma trama excelente, a série também possuiu um ótimo elenco que inclui a atriz Wunmi Mosaku de Lovecraft Country e Loki.

A MORTE LHE CAI BEM

Embora não seja exatamente um filme de zumbi, a comédia de Robert Zemeckis (De Volta Para o Futuro e Forrest Gump) estrelada por Meryl Streep e Bruce Willis traz duas personagens que morrem, mas continuam conscientes.

Na trama, Madeline (Streep) e Helen (Goldie Hawn) são duas amigas com uma relação de forte rivalidade. Um dia elas conhecem Lisle Von Rhuman (Isabella Rossellini), uma misteriosa socialite que promete uma forma de se manterem jovens para sempre.

Embora a poção funcione, quando elas morrem, seus corpos continuam “funcionando”, e elas precisam fazer uma manutenção constante ou, então, irão apodrecer até a decomposição completa. Mas diferente de outros filmes de zumbi, Helen e Madeline não desenvolvem uma necessidade compulsiva de se alimentar de carne humana. Você encontra o filme no catálogo do Telecine Play.

IZOMBIE

Do mesmo criador de Veronica Mars e baseado na HQ de Chris Roberson, IZombie conta a história de Liv (Rose McIver), uma estudante de medicina que acaba se tornando zumbi durante uma festa em um barco. Ela descobre que se comer cérebros humanos, consegue manter sua consciência e aparência humana.

Por isso, decide trabalhar em um necrotério e se alimentar dos cadáveres que examina. Liv passa a ajudar em investigações policiais quando percebe que consegue absorver as memórias dos cérebros que come, tendo acesso a informações importantes sobre vítimas que foram assassinadas. Você pode conferir a série no catálogo do Globoplay.