O Dilema das Redes, dirigido por Jeff Orlowski, foi lançado no Netflix no mês passado e tem sido o foco de muitos debates. Na última sexta (2), o Facebook, uma das empresas analisadas no filme, publicou uma nota em que classifica o documentário como “sensacionalista” e rebate as críticas que apontam a mídia como nociva para a sociedade.
O documentário estreou no Festival Sundance em janeiro deste ano e apresenta a abordagem de que as plataformas de mídia social estão exercendo seu poder de forma irresponsável, dividindo a sociedade com desinformação viciante e contribuindo para consequências graves à humanidade, desde genocídio até suicídio.
“Em vez de oferecer uma visão diferenciada da tecnologia, oferece uma visão distorcida de como as plataformas de mídia social funcionam, para criar um bode expiatório conveniente para o que são problemas sociais difíceis e complexos”, diz a empresa, logo no início do pronunciamento.
“Os criadores do filme não incluem ideias de quem trabalha atualmente nas empresas ou de quaisquer especialistas que tenham uma visão diferente da narrativa apresentada pelo filme. Também não reconhecem - criticamente ou não - os esforços já realizados pelas empresas para resolver muitas das questões que levantam. Em vez disso, contam com comentários daqueles que não estiveram lá por muitos anos. ”
A resposta lançada pelo Facebook tem o total de uma página inteira e destaca sete tópicos levantados por Orlowski e seus assuntos: vício, “você não é o produto”, algoritmos, dados, polarização, eleições e desinformação.
Documentário da Netflix critica o uso excessivo de redes sociais
Um dos pontos principais levantados no filme de Orlowski afirmam que o modelo de negócios das plataformas de mídia social é essencialmente manter a atenção dos usuários pelo maior tempo possível e, assim, disponibilizar mais público para anunciantes. Este é mais um dos argumentos contra os quais o Facebook se opõe:
“O Facebook é uma plataforma suportada por anúncios, o que significa que a venda de anúncios nos permite oferecer a todos a capacidade de se conectar gratuitamente. Esse modelo permite que pequenas empresas e empreendedores cresçam e concorram com marcas maiores, encontrando novos clientes com mais facilidade.”
A nota ainda adiciona que não há divulgação de dados pessoais dos usuários: “Mesmo quando as empresas compram anúncios no Facebook, elas não sabem quem você é. Fornecemos aos anunciantes relatórios sobre os tipos de pessoas que estão vendo seus anúncios e o desempenho de seus anúncios, mas não compartilhamos informações que o identificam pessoalmente, a menos que você nos dê permissão.”
No fim do pronunciamento, a empresa desmente as acusações de desinformação sobre eleições presidenciais e COVID-19. Apesar do posicionamento, após a exibição de O Dilema das Redes, alguns espectadores revelaram ter excluído contas em redes sociais. O documentário está disponível na Netflix.