Depois de uma verdadeira novela para que finalmente saísse do papel — chegando até mesmo a ser oferecido para outros três estúdios antes de chegar à Netflix — o ambicioso projeto O Irlandês, idealizado por Martin Scorsese, finalmente está prestes a chegar na plataforma de streaming, além de ganhar também exibições em alguns cinemas brasileiros, claramente já visando indicações ao Oscar.
Misturando acontecimentos reais a toques sutis de ficção dentro do contexto sociopolítico do século passado, Scorsese se inspirou na história real de um grupo de mafiosos e políticos, contada através de Frank Sheeran no livro I Heard You Paint Houses. Frank, por sua vez, foi um veterano de guerra que conciliava sua imagem pública com o trabalho de assassino de aluguel.
Com tantos personagens, subtramas e fatos por trás da obra de Martin, o AdoroCinema aproveitou para contar a história por trás das personalidades reais que inspiraram os filmes, bem como levantar também o efeito comparativo causado pela tão falada técnica de rejuvenescimento. Vamos lá!
FRANK SHEERAN (ROBERT DENIRO)
Veterano de guerra, Frank lutou durante a Segunda Guerra Mundial durante mais de 400 dias, o que é considerado um número muito acima da média (100 dias). Após seu retorno, ele se envolveu com facções políticas e mafiosas, passando a trabalhar como assassino de aluguel. Relatando ter conhecimento também a respeito do assassinato do presidente John F. Kennedy, Sheeran tornou suas ações públicas pouco tempo antes de morrer de câncer, em 2003.
JIMMY HOFFA (AL PACINO)
Ainda muito jovem, Hoffa começou sua escalada para o poder político realizando uniões organizacionais de sindicatos. Quando tornou-se líder definitivo do Sindicato dos Caminhoneiros, Jimmy envolveu-se também com o crime organizado, utilizando-se de sua influência para eliminar concorrentes. Suas articulações políticas alcançaram patamares tão altos que, segundo algumas especulações, a eleição de John Kennedy, em 1960, só foi possível depois que a máfia corrompeu as urnas de Chicago à mando de Hoffa, que ordenou diversos votos ao candidato democrata.
RUSSELL BUFALINO (JOE PESCI)
Responsável por fazer a ponte entre as partes criminais e políticas, Bufalino entrou muito cedo na vida do crime, começando a realizar pequenos furtos e assaltos já com cerca de 20 anos. Depois de passar algum tempo assim, ele percebeu o potencial lucrativo da venda ilegal de álcool (à época proibido) e transporte de carne, e iniciou um pequeno império desta maneira. Seu sobrenome virou uma referência fortíssima a tudo que envolvia grandes casos de extorsão, máfia e poderio criminoso.
ANGELO BRUNO (HARVEY KEITEL)
Um dos maiores chefes do crime organizado da Filadélfia, Angelo Bruno era conhecido pelos mais próximos como "O Gentil Don" por ser uma espécie de diplomata na forma de lidar com outros membros de facções rivais, o que quebrou paradigmas na maneira como as negociações eram conduzidas na época. Próximo de famílias historicamente famosas, como os Gambino, ele sempre fez o máximo para conciliar favores com todos ao redor, expulsando de seu grupo aqueles que cometiam atos descabidos.
CHUCKIE O'BRIEN (JESSE PLEMONS)
Braço-direito de Hoffa, pouco se sabe a respeito dos antepassados de Chuckie. Enquanto algumas fontes dizem que ele ajudou a tramar o assassinato do próprio chefe, outros dizem que O'Brien era extremamente leal a Jimmy, sendo até mesmo considerado por ele como filho.
BILL BUFALINO (RAY ROMANO)
Uma organização criminosa não é nada sem um advogado bom e confiável. E, embora Bill fosse excelente no seu ofício, nunca apresentou uma lealdade estável aos membros da máfia, sempre pendendo ao lado que estivesse no poder. Levando um estilo de vida sutil e sem muitas regalias, o metódico rapaz rapidamente caiu nas graças da máfia, sendo responsável por representar Sheeran e Hoffa em diversos julgamentos — e sair vencedor.