Primeiro, Martin Scorsese. Depois, Francis Ford Coppola. Agora, Ken Loach (Eu, Daniel Blake) e Fernando Meirelles (Dois Papas). A tendência de "diretores contra a Marvel" continua.
Após as declarações de Martin Scorsese, que disse que a Marvel "não é cinema" e comparou os filmes a "parques temáticos", Francis Ford Coppola foi quem entrou na dança no último fim de semana. O consagrado diretor de O Poderoso Chefão afirmou que os filmes da Marvel são "desprezíveis". Aumentando o coro, o cineasta inglês declarou, em uma entrevista para a TV (via Variety):
"Eles são feitos como mercadoria... como hambúrgueres. É sobre fazer uma mercadoria, que vai gerar lucro para uma grande corporação. Eles são um exercício cínico. São um exercício de mercado, e não tem relação alguma com a arte do cinema."
Martin Scorsese diz que filmes da Marvel não são cinemaLoach está atualmente divulgando Sorry We Missed You, drama sobre as vidas precárias da classe trabalhadora, que estreou no Festival de Cannes no início do ano e reuniu críticas extremamente positivas.
“O roteiro prepara uma bomba calmamente, para detoná-la apenas no final, recusando-se a coletar os cacos ou analisar as consequências. Enquanto isso, tanto os personagens quanto o público são cozidos a fogo baixo, testemunhando uma série de abusos travestidos de realização pessoal e modernização dos valores trabalhistas”, sublinha a crítica do AdoroCinema (completa aqui).
Já o brasileiro Fernando Meirelles, que já anunciou seu próximo filme após Dois Papas, contou ao ser questionado sobre a polêmica durante o Mumbai Film Festival:
"Não consigo discordar de Scorsese, porque não assisto [aos filmes da Marvel]. Eu vi um Homem-Aranha há oito anos, e foi isso. Não estou interessado", explicou. "Não significa que sejam ruins. Eu não sei se é Marvel, mas eu vi Deadpool, o primeiro, e foi muito bom. Ótimas sequências de ação. Então eu tentei ver Deadpool 2 em um vôo. Eu vi, tipo, meia hora e desisti."